O segundo trimestre de 2017 arranca no Auditório de Espinho no dia 22 de Abril com um concerto da Orquestra de Jazz da EPME que contará com Mário Laginha como convidado especial. O pianista integra a geração que adicionou a palavra Jazz ao léxico de um grande número de portugueses. A sua impressionante discografia recua até 1983 e para além de abarcar uma grande diversidade de linguagens musicais inclui algumas das parcerias mais bem-sucedidas de sempre, incluindo artistas como Maria João, Bernardo Sassetti e o saxofonista Julian Argüelles. Experienciar a música deste autor é como fazer uma viagem evocativa pelos mais coloridos sons do mundo.

Em Maio, no dia 5, a Orquestra Clássica de Espinho apresenta um programa que se divide entre peças virtuosísticas interpretadas pelos vencedores do Concurso de Solistas da Escola Profissional de Música de Espinho e música para os Ballets Russes, uma importante companhia de dança moderna. Neste concerto a OCE contará com a colaboração de Alexandra Pereira (piano) e Carolina Rosa (flauta).

No dia seguinte, 6 de Maio, Matt Elliott apresenta-se em Espinho pela primeira vez. O britânico é um daqueles artistas de culto – e com um muito fiel grupo de seguidores em Portugal. Primeiro com The Third Eye Foundation e depois a solo, o músico britânico tem vindo a escrever uma das mais intrigantes e belas páginas da música independente. The Calm Before, o sétimo disco em nome próprio, é um trabalho forte tanto a nível musical como lírico, mostrando mais uma vez os sons de que Matt Elliott é feito. Na primeira parte actua o espanhol Sacromonte.

No dia 13 de Maio, Bruno Pernadas apresenta-se no Auditório de Espinho em quinteto. Nos últimos anos, o nome de Bruno Pernadas “saltou” à vista e com muitos motivos para tal. Com o seu disco de estreia, o guitarrista e compositor afirmou-se como um dos músicos mais criativos e urgentes da sua geração. A confirmar tudo isso, lançou em 2016 dois discos bastante distintos mas que se complementam na visão e no mundo de Bruno Pernadas. Em Espinho apresentará o seu disco jazz, Worst Summer Ever, amplamente elogiado pela crítica especializada. A 19 de Maio, Aline Frazão, um dos nomes sonantes da nova geração de músicos angolanos, vai fazer ouvir a sua voz em Espinho. Cantora, compositora, guitarrista e produtora, lançou em 2011 o seu álbum de estreia, Clave Bantu, e desde então não parou de mostrar a sua música por todo o mundo. Insular, o seu terceiro disco de originais, foi lançado no final de 2015. Aline Frazão apresenta-se a solo num momento que se adivinha intimista e imperdível.

Maio encerra a 27 com o holandês Jozef Van Wissem. O músico é mesmo tempo um compositor avant-garde e um alaudista barroco, sem que isso represente propriamente qualquer tipo de contradição. E é aí que reside a sua magia. A sua carreira é já extensa: desde o início do século lançou mais de dez álbuns e colaborou com músicos como Yasmine Hamdan e Zola Jesus ou o realizador Jim Jarmusch. A sua missão parece ser a de levar o alaúde de meios mais académicos para circuitos mais abrangentes - é uma espécie de alaudista punk.

Em Junho, no dia 2, encerrando o trimestre, a Orquestra de Jazz da EPME, sob direcção dos maestros Daniel Dias e Paulo Perfeito, apresenta o espectáculo "A voz do tenor", com o saxofonista José Pedro Coelho. O músico cedo se revelou como um dos mais inspirados músicos da sua geração. Uma postura discreta e selectiva pode tê-lo reservado dos ouvidos menos atentos, mas escutar o discurso sofisticado e a sonoridade intensa deste improvisador será certamente uma experiência indelével. Com a Orquestra de Jazz da EPME, José Pedro Coelho irá interpretar uma panóplia de temas que distinguem o saxofone tenor como um solista por excelência através da história do jazz.