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Cork, na República da Irlanda. É esta a cidade que acolherá o Torneio Internacional de Mixed Ability Rugby – IMAT 2020, que decorrerá em junho do próximo ano, e o destino desejado pela equipa de râguebi da Associação de Paralisia Cerebral de Coimbra (APCC), que se pode tornar na primeira delegação portuguesa a participar na mais importante prova mundial daquela vertente da modalidade.
Essa ambição foi dada a conhecer ontem (10 de dezembro), numa conferência de imprensa realizada no Centro de Reabilitação de Paralisia Cerebral de Coimbra, por Fernando Filipe de Oliveira, presidente da APCC, Carlos Leite, vice-presidente do Comité Regional de Rugby do Centro (CRRC), e João Costa, treinador da equipa.
A participação no IMAT 2020 é um dos objetivos do projeto Line Break - Inclusive Rugby, dinamizado pela APCC e o CRRC com o objetivo de contribuir para a criação de um movimento verdadeiramente inclusivo, a nível nacional, baseado na modalidade e inspirado em alguns dos valores que habitualmente lhe são associados.
Para garantir a presença em território irlandês, inicia-se agora um processo de angariação de patrocinadores, estando previstas diversas formas de apoio possíveis, nomeadamente: contributo financeiro direto; apoio financeiro na aquisição de bens e serviços para a equipa; contributo em géneros; apoio na promoção e divulgação; apoio de voluntariado.
Paralelamente, durante a próxima semana, arrancará a primeira iniciativa que pretende aproximar a equipa da APCC de Cork, com o lançamento de uma campanha de crowdfunding com o objetivo específico de adquirir os equipamentos necessários para os jogadores e staff técnico.
Os jogadores da equipa da APCC – que têm entre os 18 e os 55 anos – serão preparados ao longo da época para este tipo de competição, com treinos semanais e com o apoio de técnicos especializados, coordenados pelo CRCC e com apoio de alguns clubes da região. A expectativa é levar ao IMAT 2020 uma comitiva de 23 atletas e sete acompanhantes, nos quais estão incluídos técnicos desportivos e técnicos sociais.
O Torneio tem prevista a participação de 720 jogadores, que integrarão 24 equipas de 14 países de todo o mundo. Além da componente desportiva, serão promovidas também atividades sociais e educativas, algumas delas com a participação de jogadores de râguebi reconhecidos.
O ‘mixed ability rugby’ é uma vertente da modalidade em que pessoas com deficiência – indistintamente de qual ela possa ser – partilham o campo com outras sem deficiência, numa perspetiva de inclusão que se aplica também à idade, género ou experiência. A equipa da APCC é, atualmente, a única a nível nacional, tendo iniciado a sua atividade no início deste ano.