>
O Voleibol Sentado voltou a fazer as delícias dos jovens e dos menos jovens, contribuindo para a inclusão social de uma forma inversa, ou seja, colocando atletas federados na pele de praticantes do desporto adaptado.
Ontem, no Pavilhão Desportivo Municipal da Póvoa de Varzim, atletas dos escalões jovens do Clube Desportivo da Póvoa e jovens do MAPADI [Movimento de Apoio de Pais e Amigos ao Diminuído Intelectual] divertiram-se a praticar Voleibol Sentado, um projecto da Federação Portuguesa de Voleibol (FPV) que visa a inclusão social através da prática desportiva.
Daniel Lacerda, técnico da FPV responsável pelo Voleibol Sentado fez a súmula de mais uma actividade muito bem recebida pelos mais recentes adeptos desta variante do Voleibol.
"Sucesso é uma palavra que pode caracterizar este projecto no pouco espaço de tempo em que temos vindo a trabalhar nele.
Há uma necessidade tremenda de fazer uma inclusão pura da modalidade para pessoas com diferentes capacidades.
Chegamos à conclusão que quando se referem a incapacidade há algo que está na palavra e não devia estar, que é o «in». Cada um destes miúdos tem a sua capacidade e isso sobressai nestas actividades de inclusão inversa. Neste caso concreto, tivemos aqui atletas da formação de um clube de Voleibol a interagirem com elementos de várias instituições da Póvoa de Varzim, principalmente do MAPADI, e se virem as imagens da reportagem, a expressão facial destes jovens reflecte tudo aquilo que se passou neste breve momento em que convivemos e isso, para nós, é que é o sucesso".
Quando iniciaram a divulgação do Voleibol Sentado, imaginavam que houvesse uma receptividade tão grande por parte de clubes e de outras instituições?
"Esperávamos que houvesse receptividade, mas chegámos à conclusão que por vezes não se faz mais porque não há oferta. E nós oferecemos a prática do Voleibol, sem esquecermos que as federações, para além da parte competitiva, têm um papel fundamental na parte social e que estes projectos são de grande relevância para o desenvolvimento das modalidades", concluiu.
Os jovens do MAPADI e os atletas do Clube Desportivo da Póvoa interagiram de forma instintiva e divertida na prática do Voleibol Sentado.
Pedro Amaro, um dos responsáveis do MAPADI, falou desta experiência, nova e agradável, e do impacto positivo que teve nos seus pupilos:
"A primeira impressão foi muito boa. Foi gratificante. Nota-se pela cara deles, pelos seus sorrisos, que gostaram e que se divertiram. A interacção foi muito boa e penso que é uma iniciativa para se repetir.
O desporto funciona como uma motivação para estes jovens. Eles gostam de participar nas actividades desportivas e aderem em massa. É uma forma de inclusão diferente.
Sinceramente, não estava à espera que o Voleibol Sentado fosse tão divertido e tão fácil de jogar. Superou as minhas expectativas, pois pensava que seria muito mais difícil de praticar e os nossos atletas adaptaram-se com facilidade.
Creio que será uma actividade a adoptar pelas instituições, pois o Voleibol sentado acaba por diminuir as diferenças entre todos e isso é excelente".
Diana Sousa foi uma das mais aplicadas atletas do MAPADI e a porta-voz do seu contentamento:
"Gostei muito. Estávamos todos ansiosos por praticar e acabámos por divertir-nos imenso.
Tudo na vida é difícil e o Voleibol Sentado parecia, ao início complicado, mas acabou por ser fácil. Gostámos logo desde o início e divertimo-nos muito, que é o que realmente interessa quando se pratica desporto. O desporto vai além da competição e eu vim aqui não para competir mas sim para participar e divertir-me e foi isso que aconteceu. Aliás, creio que todos se divertiram muito".
O sucesso alcançado pelas acções de divulgação e promoção do Voleibol Sentado, no pouco tempo de existência que este projecto federativo tem de vida, é bem visível nos vídeos de reportagens em Carcavelos, que contou com o apoio de Rita Pereira, Matosinhos, Castelo de Vide e Gondomar.
O Voleibol Sentado é o mais recente projecto da Federação Portuguesa de Voleibol no âmbito da promoção, divulgação e desenvolvimento do Voleibol.