Arseniy Lavrentyev conquistou hoje a medalha de prata na prova de 25km no Campeonato da Europa de Águas Abertas que decorreu em Piombino, na Itália, com o tempo de 5:04:05.4.

O nadador português ficou atrás do búlgaro Petar Stoychev (5:04:02.3) e a medalha de Bronze foi para o francês Axel Reymond (5:04:06.3).

O internacional luso ocupava o 14.º posto na primeira volta, tendo subido para 11.º na segunda, posição que manteve. Na quarta passagem caiu para 13.º e a partir da quinta volta começou a subir, de 9.º para 5.º e depois para 3.º. Nos quilómetros finais conseguiu passar de 3.º para 2.º e lutou pelo Ouro até à última braçada. O mar esteve completamente calmo no início da competição e só a partir dos 15km se verificou alguma ondulação. Participaram na prova 22 nadadores, cinco dos quais não terminaram.

Arseniy Lavrentyev obteve um resultado histórico para a natação portuguesa, com a conquista da primeira medalha na disciplina de Águas Abertas, e a quarta da história da natação. O primeiro pódio em Campeonatos da Europa foi alcançado por Alexandre Yokochi em Sofia’85, com a medalha de prata nos 200 metros bruços. No Europeu de piscina curta de Lisboa’99 José Couto obteve a prata nos 200 bruços e o bronze nos 100 bruços.

Arseniy Lavrentyev esteve nos Jogos Olímpicos de Pequim’08 e Londres’12, tendo obtido respetivamente o 22.º e 19.º lugar na prova de 10km.
Na distância de 25km o nadador de origem ucraniana obteve o 6.º lugar no Europeu de Eilat’11 (5:08:23.9), o 9.º no Europeu de Budapeste’10 (5:20:23.1), o 16.º no Mundial de Roma’09 (5:48:43.0) e o 12.º no Europeu de Dubrovnik’08 (4:44:38.1).

Arseniy Lavrentyev: “Ainda não acredito!”

O vice-campeão da Europa começou por dizer que “ainda não acredito!” e acrescentou que “é um sonho realizado”.

Arseniy Lavrentyev referiu que “foi uma luta dura, houve uma altura em ultrapassámos as raparigas e houve alguma confusão. Para mim acabou por ser positivo, porque passei de 12.º para 6.º e nunca mais saí dos primeiros lugares. Na nona volta estava atrás do Stoychev, com o francês a bater com as mãos nos meus pés. Percebi que estava em 2.º e lutei pelo ouro até à última braçada. Ganhei a nadadores como o campeão do Mundo, o italiano Valerio Cleri, e estou muito feliz.”

O olímpico português confessou que o resultado ultrapassou as expectativas, dado que “este ano eram 22 nadadores, muito fortes, e a prova apresentava-se muito competitiva. Pensei que poderia ficar nos seis primeiros, mas quando entrei na nona volta acreditei na medalha.”
Arseniy Lavrentyev dedicou o troféu “a toda a minha família, à minha esposa, ao meu treinador e a todas as pessoas que acreditaram em mim e me ajudaram ao longo da minha carreira.”

Depois da presença nos Jogos Olímpicos, o nadador vai de férias, “bem merecidas. Vou para Paris, em Lua-de-mel. Casei em maio e só agora posso ir de lua-de-mel….”


José Manuel Borges: “Feito histórico para a disciplina”

José Manuel Borges começou por “felicitar o Arseniy Lavrentyev e o seu treinador pela conquista da primeira medalha das águas abertas numa grande competição, um feito histórico para a disciplina e que muito nos orgulha.”

Em termos globais, o Selecionador Nacional considerou que “a estreia do Mário Bonança foi razoável, principalmente pelo resultado positivo alcançado na prova de 10 quilómetros. O Vasco Gaspar não esteve tão bem como ele e nós gostaríamos e a Daniela Pinto estava a realizar uma prova excelente nos 10km, mas foi forçada a abandonar por motivos físicos e infelizmente não foi possível recuperar para os 25km. A Medalha de Prata do Arseniy Lavrentyev tornou o balanço muito positivo, mas sabemos que somos capazes de fazer ainda melhor no futuro.”

Miguel Frischknecht: “Espero que siva de motivação para todos os nadadores portugueses”

O treinador de Arseniy Lavrentyev no Sport Algés e Dafundo, Miguel Frischknecht afirmou que “é um resultado que vai ficar pra a história da natação portuguesa e se havia alguém que o merecia era o Arseniy, por ter ultrapassado as fases menos boas durante os últimos dois anos e nunca ter desistido nem deixado de treinar.”

“Espero que esta medalha sirva de motivação para todos os nadadores portugueses, para acreditarem que é possível chegar lá”, acrescentou o técnico