- Frederico Silva e Duarte Vale à porta do quadro principal no Oeiras Open 4
- Araújo, Pereira, Domingues, Rocha e Fernandes eliminados nas estreias
O Oeiras Open 4 arrancou com vitórias de Frederico Silva e Duarte Vale, os dois portugueses superaram a primeira ronda do qualifying e estão à porta de um quadro principal onde já estão Henrique Rocha, Jaime Faria e Gastão Elias. Este torneio do ATP Challenger Tour é organizado pela Federação Portuguesa de Ténis no Complexo de Ténis do Jamor entre 12 e 18 de maio.
Frederico Silva foi o responsável pela primeira vitória portuguesa da semana. Em pleno Court Central, o tenista caldense (atualmente no 408.º posto, mas ex-168.º) derrotou o dinamarquês August Holmgren (307.º) com os parciais de 6-1, 6-7(5) e 6-3 em 2h30.
De volta àquela que recentemente passou a chamar de segunda casa, pois no final da temporada transata juntou-se ao Centro de Alto Rendimento da Federação Portuguesa de Ténis que está sediado precisamente no Jamor, o jogador de 29 anos assinou o primeiro triunfo dos últimos sete meses no circuito secundário.
Silva resistiu a um arranque com ameaças (enfrentou quatro pontos de break nos dois primeiros jogos) para descolar no marcador e pareceu encaminhado para uma vitória muito autoritária. Mas Holmgren não deitou a toalha ao chão e assinou a primeira quebra de serviço no embate quando o tenista da casa já liderava por 6-1 e 3-2. O dinamarquês melhorou substancialmente a qualidade do golpe de saída e igualou o encontro no tie-break, mas a boa entrada no parcial decisivo devolveu o momentum ao português e o marcador voltou a sorrir-lhe.
"Estou contente por começar com uma vitória depois de ter pouco tempo para me habituar às condições de jogo, que apesar de já conhecer bem são sempre diferentes vindo de um torneio noutro país", disse Frederico Silva na conferência de imprensa.
"Não sendo um especialista em terra batida, ele tem armas que podem desequilibrar em qualquer piso porque serve bastante bem e tem uma direita rápida", acrescentou antes de salientar "a forma como entrei bem no terceiro set depois de ter estado por duas vezes com um break acima no segundo”.
Satisfeito com o desfecho e também com a resposta que tem recebido do corpo na sequência da operação ao ombro esquerdo a que se submeteu no final de 2023, o número seis nacional (cinco dos que estão em atividade, pois o já retirado João Sousa ainda aparece no ranking) soube, pouco depois, que terá Jules Marie como adversário na ronda de acesso ao quadro principal.
O francês (225.º ATP) foi responsável pela eliminação de João Domingues (834.º) ao dar a volta ao tenista de Oliveira de Azeméis para sorrir, graças aos parciais de 6-7(6), 6-3 e 6-3, num embate de mais de duas horas e meia no qual o pupilo de Frederico Marques foi quase sempre o que mais iniciativa teve, pecando por algum desperdício nas oportunidades que surgiram já na reta final.
Depois, Duarte Vale assinou a segunda e última vitória portuguesa desta jornada. Recém-chegado dos Estados Unidos da América, onde jogou a primeira final de singulares do ano e conquistou o título de pares no ITF M15 de Orange Park, o tenista de Cascais, número 596 mundial, surpreendeu Samuel Vincent Ruggeri (276.º) com uma recuperação (3-6, 6-3 e 6-4) em 2h30 para celebrar a melhor vitória da carreira.
O italiano já tinha disputado três torneios no nosso país este ano (foi derrotado por João Sousa na primeira ronda dos dois Indoor Oeiras Open que abriram a época, em ambos os casos depois de furar o qualifying) e no mais recente, já em terra batida, até impressionara ao acabar com a série de 16 vitórias consecutivas de Gastão Elias neste palco.
Mas desta vez não foi capaz de lidar bem com as condições de jogo difíceis (o vento aumentou com o avançar do encontro) e deu espaço a Vale para que o jovem português exercesse muita pressão na resposta (só colocou 53% dos primeiros serviços) e construísse a recuperação à medida que aumentou o número de erros.
“Foi uma boa vitória, não estava a ser fácil de jogar. Fui à procura de soluções, mantendo as expectativas relativamente baixas. Estava difícil ganhar muito ritmo, quis manter as coisas simples e pensar ponto a ponto. Fiz o melhor que podia e correu bem”, afirmou Duarte Vale numa conferência de imprensa em que se apresentou cauteloso quando foi questionado sobre a boa forma que vive: “Tento não pensar nisso e simplesmente ir jogando. Acho que foi o [Andrey] Rublev que no outro dia disse, e eu concordo completamente, que é melhor não pensar se se tem ganho ou perdido porque amanhã tudo pode mudar. E eu quero ir para o encontro de amanhã sem grande euforia ou pressão e ver o que acontece."
De olhos no primeiro apuramento para um quadro principal deste circuito (já jogou cinco, mas sempre com convite), o tenista treinado por Emanuel Couto terá pela frente Adrian Andreev (237.º), carrasco de Rodrigo Fernandes (1194.º) por 6-0 e 6-4.
Nos restantes embates com portugueses envolvidos, Francisco Rocha (909.º) acusou o desgaste das últimas semanas e cedeu por 6-1 e 6-1 perante Juan Pablo Ficovich (232.º), Tiago Pereira (712.º) perdeu por 3-6, 6-3 e 6-1 com Lukas Neumayer (211.º) apesar da boa réplica contra o primeiro cabeça de série e, já na reta final, sob os holofotes, Pedro Araújo (641.º) falhou a recuperação e perdeu pelos parciais de 7-5, 3-6 e 6-4 com Dmitry Popko (223.º), cazaque que venceu a edição de 2021 do Del Monte Lisboa Belém Open.
Recém-campeão de um torneio ITF em singulares pela primeira vez na carreira, o lisboeta de 22 anos venceu o segundo set ainda no Court Central, mas assim que o fez o encontro foi transferido para o Court 1, que tem iluminação artificial, devido à falta de luz natural.
A jornada de segunda-feira começará às 11h e lançará a jogo três portugueses: Frederico Silva e Duarte Vale no qualifying (primeiro e segundo encontros do Court Central) e, logo a seguir, Jaime Faria (233.º) já no quadro principal contra o japonês Shintaro Mochizuki (157.º), oitavo cabeça de série.
Fotografias: Beatriz Ruivo/Federação Portuguesa de Ténis