Realizou-se como habitualmente na última noite do ano. Foi a 31 de Dezembro de 2010 e realizou-se pela 36ª vez aquela que é em minha opinião, a S.Silvestre mais popular de Portugal.
Organizada pelo Desportivo Operário do Rangel com o apoio da Câmara Municipal da Amadora e Hipermercado Continente, a 36ª S.Silvestre da Amadora colocou nas ruas sumptuosamente iluminadas a marcar a época natalícia em que nos encontramos, 93 mulheres e 685 homens, número de atletas chegados à meta.
Com o apoio técnico da Xistarca, a prova teve controlo por chip, insufláveis a marcar as partidas e a meta, e decorreu em ruas com o trânsito totalmente cortado, onde o público deu o mote, habituado já ele, a participar também nesta despedida de ano velho. De facto, o apoio popular é muito marcante e nota muito positiva. O público faz a prova com os atletas. Senti isso. Jamais estive sozinha.
A prova é também caracterizada pelos sucessivos desnívei. Tem um abastecimento de água e marcação de quilómetros. A partida das mulheres dá-se 10 minutos antes da masculina.
Tem prémios monetários por classificação, e um t-shirt SportZone, um calendário de secretária e uma barra de cereais, como prémio de presença para todos. Água na chegada não faltou.
Entrega de prémios no local, com rapidez e divulgação das classificações no site da organização em poucas horas.
As inscrições e o levantamento de dorsais decorreram de forma regular e esta é em minha opinião uma São Silvestre muito querida de todos, bem organizada, a permitir boas corridas, quer em termos competitivos, quer para o atleta de pelotão. A moldura humana das gentes da Amadora embelezam esta São Silvestre de forma ímpar.
Está pois a organização de parabéns e conto dia 31 de Dezembro de 2011 lá voltar para a correr de novo e a manter viva pela 37ª vez.
A nível competitivo, no pódio masculino, esteve Nicolas Korir, do Quénia, com 29:09 na 1ª posição, logo seguido de Manuel Damião do GDR Conforlimpa com 29:10, e de Goitom Kifle, da Eritreia com 29:16.
No sector feminino, obteu a 1ª posição, Sara Moreira, do Maratona com 33:56, com uma vantagem clara e significativa, sobre as Russas, Eugenia Danilova e Maria Kovaleva, ambas com 35:13.
A Minha Corrida
A Maria não tem frio. A noite está boa. Muito boa para correr. Há uns anos que já não fazia Amadora. Foi este ano de novo. No último dia do ano, carregado de misticismo, viu amigos e amigos e amigos! Gostou de os ver. Muito. A todos. Agradeceu o ano que passou com eles a correr, e desejou sinceramente que mais um ano venha, e que a saúde não falte a uns e a outros e que mais um ano corram juntos.
A prova é dura. Sobe e desce inúmeras vezes. Parte só com as cerca de 100 mulheres. Jamais é deixada só. Por companhias momentâneas por alguns quilómetros, e constantemente pelo público. Há sempre público. Sempre! A puxar por ela. A não a deixar baixar os braços nem render as forças. Exceptuando uma ou outra piada menos feliz a lembrar-nos que ainda estamos presos a uma mentalidade que deveria de estar ultrapassada e que diz respeito ao facto das mulheres correrem e dos atletas lentos e muito lentos correrem. Nada de novo portanto. Combater a correr. É o que ela pode fazer. E a escrever. E ela corre e ela escreve como se as palavras lhe corressem nas veias e tropeçassem muitas vezes, mas ainda assim saem para serem lidas mesmo que incompreendidas.
Corre o tempo e corre ela. Termina feliz, como sempre quando corre.
10,120 Km em 57m34m média de 5:41 / Km
Ana Pereira