>
A 5ª edição do Campeonato do Mundo de Stickfighting decorreu em Wroclaw, Polónia entre 1 e 4 de Agosto. Portugal teve a participação de 10 atletas, sendo 7 deles Militares da GNR, nesta competição de combate com bastão. O campeonato teve as vertentes de Bastão Único e Bastão Duplo, duas valências a avaliar a estes atletas.
Estes 10 praticantes trouxeram 15 medalhas, algo que não estavam à espera, mas o seu treino e grau de preparação fez com que se atingissem estes resultados.
O palmarés foi composto por 6 medalhas de ouro, 7 de prata e duas de bronze. Aqui participaram para além dos atletas masculinos adultos, duas mulheres e um júnior.
Esta arte surge em Portugal incluida no Jogo do Pau nos anos 90, na escola de Esgrima Lusitânia do Mestre Nuno Russo com o qual Carlos dos Santos teve aulas de Jogo do Pau e Bastão, um dos Mestres de Jogo do Pau de maior referência tanto em Portugal como no estrangeiro. A modalidade está nos planos curriculares, o Mestre Nuno Russo deu aulas na Faculdade de Motricidade Humana. O técnico e Militar da GNR Carlos dos Santos, que já tem um bom histórico de vitórias nesta arte.
Carlos dos Santos tinha o objectivo de chegar às finais assim como o Pedro Santos que também, com os seus curriculums. De resto seria uma incógnita, mas sabia que os atletas Lusos estavam preparados, com um ano e meio de treinos intensivos, primeiro militares separados dos civís, depois já em selecção conjunta, e sabia que eles estavam bastante bons para disputar as medalhas. Os resultados foram uma surpresa boa.
Em Portugal há várias escolas maioritariamente em Lisboa, Minho e Trás os Montes devido à génese do Jogo do Pau, mas com pouca competição, pois parece que os Mestres não têm muito à vontade para expor os seus alunos ao nível competitivo. Para Carlos dos Santos considera mau, pois combatendo é que se testam os atletas.
O reflexo da adesão de mulheres e menores à modalidade, prova-se com a comitiva que esteve na Polónia, onde participaram 2 mulheres e um júnior.
Para representar Portugal no Campeonato na Polónia, para além de “bater de porta em porta” Carlos dos Santos conseguiu apoio do seu patrocinador “Fonte Viva” que esteve com ele quando ele venceu pela primeira vez um Campeonato Mundial da Arte no Haway entre outros patrocinadores que ajudaram na logística. O que facilitou o processo foi o atleta e técnico quatro vezes Campeão Europeu e duas vezes Campeão Mundial, já tem algum curriculum para se apresentar e como é uma das poucas artes marciais portuguesas as pessoas têm algum nacionalismo para apoiar a representar.
Em termos mediáticos esta modalidade tem vindo a ter mais visibilidade, por exemplo antes do Covid foram à televisão e agora estavam a chegar a Portugal e um jornal já tinha publicado a notícia com o nosso feito, as 15 medalhas.
Texto: Pedro MF Mestre
Fotos: Carlos dos Santos