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«Neste vale de lágrimas» Santuário de Fátima inaugura nova exposição temporária

Na abertura do 5.º ano da celebração do Centenário das Aparições de Fátima, a 29 de novembro, o Santuário de Nossa Senhora do Rosário de Fátima, inaugurou uma nova exposição temporária. À semelhança do que tem acontecido nos últimos anos, centenas de pessoas participaram no momento inaugural.

 

“Neste vale de lágrimas” está patente ao público, no Convivium de Santo Agostinho, na Basílica da Santíssima Trindade, de 29 de novembro de 2014 a 31 de outubro de 2015. As entradas são livres e podem ser realizadas diariamente, entre as 9.00 e as 19:00.

 

Marco Daniel Duarte, diretor do Museu do Santuário de Fátima e comissário da exposição apresenta esta iniciativa, apontando os principais pontos do percurso expositivo:

 

“Neste vale de lágrimas”

 

No ano em que, de uma forma especial, o Santuário de Fátima evoca a quarta aparição mariana, segundo o testemunho dos videntes, ocorrida em agosto de 1917, a exposição “Neste vale de lágrimas” propõe aos visitantes, a partir das palavras da Salve-Rainha, uma reflexão acerca do contexto político e ideológico que marcava o País e o Mundo naquela segunda década do século XX.
Entendendo a viagem que as três crianças de Aljustrel fazem a Ourém para serem interrogadas como metáfora viva dos acontecimentos que decorriam em Portugal e no Mundo, o visitante encontrará, no âmago da exposição, uma reflexão sobre a Primeira Grande Guerra e sobre a Primeira República. Uma e outra conjuntura histórica foram cenário das aparições de Fátima; a primeira à escala mundial, a segunda à escala nacional.

 

Na primeira parte, intitulada “E depois deste desterro...”, o peregrino é conduzido desde a Cova da Iria até Aljustrel, ao lugar dos Valinhos, onde, segundo os videntes, ocorreu a aparição de agosto. Até lá, encontrar-se-ão duas versões da mesma viagem, ambas relativas àqueles dias de agosto de 1917: uma contada pelo olhar de um crente e a outra pelo olhar dos jornais anticlericais que parodiavam Fátima. O visitante terá, assim, a possibilidade de contactar com objetos que, nesse episódio que medeia entre o dia 13 e o dia 19 de agosto, Francisco, Jacinta e Lúcia tocaram.

 

É a partir deste acontecimento, que a própria Lúcia apelida de «viagem ou prisão», que se desenvolve, depois, todo o discurso expositivo que, na segunda parte, intitulada “Gemendo e chorando”, faz memória dos grandes conflitos bélicos do século XX (a Primeira Guerra Mundial, cujo centenário do seu início esta exposição também evoca, a Segunda Guerra Mundial e a Guerra Colonial, contexto histórico particularmente ligado às suplicas orantes que os portugueses depositaram no Santuário de Fátima). Mostram-se peças de destaque, entre outras, “O Cristo das Trincheiras”, uma farda militar da Segunda Guerra Mundial, a escultura “Jaz morto e arrefece o menino de sua mãe”, de Clara Menéres, que, a partir do celebrado poema de Fernando Pessoa, é uma das mais expressivas contestações estéticas à guerra do Ultramar, inclusive antes desse contexto bélico haver terminado. É ainda sob este título que se desenvolvem os conteúdos relacionados com o combate ideológico em torno da questão religiosa da Primeira República que, em Fátima, volta a ter um momento simbólico aquando da dinamitação da Capelinha das Aparições, em 1922.

 

Na terceira e última parte da exposição, intitulada com a expressão tradicionalmente usada para remate da Salve-Rainha (“Rogai por nós, Santa Mãe de Deus”), apresenta-se o caminho que, segundo o testemunho dos videntes, a Virgem Maria indicou para alcançar a paz: a oração do rosário. Expõem-se, assim, alguns terços do acervo do Museu do Santuário de Fátima, de entre os quais, e pela primeira vez, se veem o terço oferecido a Nossa Senhora de Fátima pelo papa Francisco, em outubro de 2013, e o terço oferecido pelos pescadores de Caxinas, depois do naufrágio de 2011.

 

As peças são apresentadas em ordem a uma fruição contemplativa que é acompanhada pela improvisação da Pianista Leonor Leitão-Cadete, uma “Meditação musical sobre a Guerra e a Paz, à luz da Mensagem de Fátima”.

 

Patente ao público no piso inferior da Basílica da Santíssima Trindade, no Convivium de Santo Agostinho, aberta todos os dias da semana, entre as 9h00 e as 19h00, a exposição pretende levar o visitante a uma reflexão, operada através de património histórico-artístico pertencente a diversas instituições e particulares que com o Museu do Santuário de Fátima colaboraram: Arquivo da Congregação das Irmãs Reparadoras de Nossa Senhora de Fátima; Arquivo Episcopal de Leiria; Arquivo Municipal de Ourém; Aurélia Marques; Biblioteca Geral da Universidade de Coimbra; Clara Menéres; Francisco Vieira Paixão; Liga dos Combatentes; Mariano Henrique e Emília dos Santos; Missionários do Verbo Divino; Museu Municipal de Ourém – Núcleo da Casa do Administrador; Museu Nacional de Arte Antiga; Ordem Terceira de Nossa Senhora do Carmo (Viseu); Paróquia de Nossa Senhora da Piedade (Ourém, diocese de Leiria-Fátima); Paróquia de São João Batista (Pinho, Diocese de Viseu).

 

Tomando como mote o drama vivido pelos Pastorinhos de Fátima, em meados de agosto de 1917, “Neste vale de lágrimas” é uma contemplação orante dos desterros, dos gemidos, dos choros e dos rogos que consubstanciam os dramas da época contemporânea, lidos à luz da esperança que irradia da Mensagem de Fátima.

 

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terça-feira, 18 de março de 2025 – 16:00:15

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