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CIAJG inaugura programa de arte, música e pensamento

 
Dia de inauguração das exposições, 8 de outubro, prolonga-se “fora de horas” com o programa de música Antimuseu, em parceria com a Revolve
 
CIAJG inaugura programa de arte, música e pensamento para reescrever a gramática do museu contemporâneo

Attilio Fiumarella, ensaio visual sobre a coleção do Centro Internacional das Artes José de Guimarães, 2022

 

No ano em que comemora o seu décimo aniversário, o Centro Internacional das Artes José de Guimarães (CIAJG) desenvolve um programa intenso que propõe renovar a forma como nos relacionamos com o museu e as suas coleções. Exposições, música e debates ocuparão todo o CIAJG em diferentes intensidades, permitindo ao público experimentar novas formas de encontro e fruição, permeadas pela política, identidades e subjetividades.  
 
O mote do programa, que agora se apresenta, é o próprio acervo do CIAJG – composto por 1128 objetos de artes africanas, pré-colombianas, da China antiga e obras do artista José de Guimarães – sendo constituído por três novas exposições: Heteróclitos: 1128 objetos, a coletivaThings in Motion e a individual de Sara Ramo, Atirando Pedras. 
 
A inauguração está marcada para dia 8 de outubro, às 17h00, e inclui o Antimuseu, um programa de música, em parceria com a Revolve, que irá prolongar-se pela noite dentro com intervenções artísticas contínuas de Ana Pacheco, James Holden + Waclaw Zimpel, Lila Tirando a Violeta e Dakoi.
 
Para Marta Mestre, diretora artística do CIAJG, "O programa idealizado pelo CIAJG para o dia 8 de outubro propõe refletir sobre a natureza 'heteróclita' do museu contemporâneo, aquele que reúne acervos de procedências muito distintas. É uma questão estética, política, mas também ecológica: como gerar num “território”? Estamos a preparar uma inversão dos lugares habituais no museu: os concertos decorrerão nas reservas onde habitualmente as obras estão guardadas, e as salas de exposição acolherão os 1128 objetos da coleção. É um gesto que inverte papéis, que destabiliza para gerar outras relações de espaço, tempo e corpos.”  
 
Heteróclitos: 1128 objetos ocupará a totalidade do piso 1 do museu num momento inédito em que o público poderá ver, pela primeira vez, toda a coleção do CIAJG, composta por arte africana, europeia, pré-colombiana e chinesa antiga, e obras de José de Guimarães.
 
Com curadoria de Marta Mestre e a colaboração dos arquitetos André Tavares e Ivo Poças Martins (Dafne, Porto), esta exposição possui uma montagem deliberadamente experimental, que procura fluidez entre as ‘reservas’ e as salas de exposição, sublinhando o ‘trânsito’ e o ‘tempo’ de objetos tão distintos como os que compõem o acervo reunido por José de Guimarães. No interior do seu próprio espaço expositivo, e tirando partido de soluções arquitetónicas experimentais concebidas pelos referidos arquitetos, Heteróclitos: 1128 objetos encena artisticamente o mesmo gesto aglutinador que reúne objetos ditos ‘extra-europeus’ e arte contemporânea, peças artísticas e religiosas, materiais provenientes de várias geografias e culturas.  
 
Em diálogo com a nova montagem da coleção, Things in Motion é uma exposição que reúne trabalhos de Sara Morgado Santos, Darks Miranda, Pedro Huet, documentários de Le Corbusier, Iannis Xenakis e Edgar Varèse, Michel Zimbacca e Jean-Louis Bédouin, entre outros, numa seleção que enfatiza as relações cruzadas entre o surrealismo, a etnografia, a arte contemporânea, o carnaval e o colonialismo. Trata-se de um arquivo que comenta o gesto de expor dentro do museu, como também remete para a vida própria dos objetos, para a sua disfuncionalidade e captura, estabelecendo diálogos com a coleção do CIAJG ao nível da imagem em movimento, que pontuarão as várias salas do CIAJG. 
 
Atirando Pedras é a primeira exposição da artista hispano-brasileira Sara Ramo em Portugal. À semelhança das suas mais recentes exposições, no Museu Reina Sofia, em Madrid, ou na Capela do Morumbi, em São Paulo, cidades onde a artista vive e trabalha, Atirando Pedras dá a conhecer, finalmente, uma das artistas mais “desconcertantes” da sua geração.  
No CIAJG, a artista mostrará um conjunto recente de esculturas e realiza intervenções “site-specific” que alteram arquitetonicamente a perceção do espaço, tirando partido das paredes que serão modificadas. Esta exposição individual é concebida como um jogo de cartas, e propõe conexões inusitadas entre materiais e palavras através da invenção de um vocabulário poético-político que comenta, sem ser literal, o mundo e a linguagem que o nomeia. No Porto, nos Maus Hábitos / Associação Cultural e em parceria com o CIAJG, Sara Ramo apresenta a mostra Algumas Violências, possibilitando ao público conhecer aprofundadamente o trabalho da artista. Marta Mestre é quem assume a curadoria de ambas as exposições.
 
O programa de música intitulado Antimuseu, apresentado em parceria com a Revolve, realiza-se igualmente a 8 de outubro, um dia forte em acontecimentos no CIAJG. Antimuseu é um espaço-tempo “fora de horas”, deslocando os corpos e os sentidos através do museu com uma programação da Revolve, sediada em Guimarães, que assim responde ao repto do CIAJG com vista a explorar zonas de contacto entre a arte contemporânea e a música, abrangendo públicos que habitualmente não frequentam o museu.  
 
O programa celebratório deste dia inicia-se assim às 17h com uma visita às exposições orientada por Marta Mestre e André Tavares, prolongando-se por vários espaços do CIAJG ao som da música de Ana Pacheco (18h) – impulsionada pela vontade de unificar uma multitude de experiências sonoras e diversos géneros musicais, cruza tanto sonoridades mais orgânicas, primitivas, sintetizadas, mecânicas, viscerais ou mais sofisticadas –, James Holden + Waclaw Zimpel (22h) – dois músicos com percursos diferentes e ao mesmo tempo manipuladores de som com a mesma mentalidade, partilhando amor mútuo por sintetizadores e música eletrónica –, Lila Tirando a Violeta (23h) – produtora musical e intérprete de Montevidéu, Uruguai, é conhecida pela experimentação entre diferentes estilos musicais, do ambiente à música de clube – e Dakoi (24h) – produtora e DJ em mutação no mundo da eletrónica experimental e desconstruída, procurando padrões agudos e complexos na sua música através do uso de samples de vozes cortadas e distorcidas. Neste dia de comunhão das artes, público e artistas no CIAJG, a entrada é gratuita até ao limite da lotação disponível. 
 
Este novo programa terá uma ação de 'pensamento', os Encontros Heteróclitos, a decorrer durante toda a tarde do dia 29 de outubro. Estes Encontros Heteróclitos reúnem, em Guimarães e no Porto, um grupo de pessoas que têm pensado sobre modos e políticas do expor em diferentes áreas do conhecimento (estudos pós-coloniais, antropologia, arquitetura, educação, sociologia, filosofia, etc.), reunindo nomes como Zoy Anastassakis, Martin Corullon, Bruno Sena Martins, Diogo Passarinho, María Iñigo Clavo, Mariana Pestana, Mariana Pinto dos Santos, Mário Moura, Marta Lança, Paulo Mendes, Paulo Moreira, Sofia Victorino ou Tiago Castela.
 
De ressalvar que o CIAJG dará continuidade às exposições Amnésia & Dislexia (piso 0), do artista Yonamine (n. 1975 em Luanda, Angola), e Manifestos (piso -1), de José de Guimarães (n. 1939 em Guimarães, Portugal), até dia 20 de novembro.  
 
A visitação do CIAJG pode ser realizada de terça a sexta das 10h00 às 17h00 e ao sábado e domingo das 11h00 às 18h00 e as entradas têm o custo de 4 euros ou 3 euros com desconto, permitindo percorrer e explorar todas as exposições patentes. A entrada no CIAJG é gratuita para crianças até 12 anos e ao domingo de manhã. 
 

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quinta-feira, 28 de março de 2024 – 08:02:57

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