“Amália na América – Além do Fado” junta Orquestra Sinfónica Portuguesa, Cristina Branco, Raquel Tavares e Ricardo Ribeiro no CCB
Grande tributo a Amália Rodrigues junta em palco mais de 100 músicos, num espetáculo único no dia 22 de setembro
"Amália na América - Além do Fado" é uma homenagem à vida e obra de Amália Rodrigues. Promovido pela Égide, o concerto de tributo à rainha do fado acontece no dia 22 de setembro, pelas 19h00, no grande auditório do Centro Cultural de Belém, em Lisboa, e junta a Orquestra Sinfónica Portuguesa, dirigida por Jan Wierzba, aos solistas Cristina Branco, Raquel Tavares e Ricardo Ribeiro.
Um dos pontos altos deste espectáculo é a recriação do emblemático concerto de Amália Rodrigues com a Orquestra Filarmónica de Los Angeles no Hollywood Bowl, em 1966, acontecimento que sublinhou a universalidade e o encanto perene da música portuguesa. Serão, ainda, interpretadas canções gravadas por Amália com temas da Broadway.
Ao todo, irão juntar-se mais de 100 artistas em palco, com 83 músicos de orquestra, três solistas, um maestro e 25 cantoras que estarão neste espetáculo final para uma homenagem especial a Amália Rodrigues.
O concerto conta como orquestradores com Carlos Azevedo, Daniel Bernardes, Filipe Raposo, Pedro Duarte e Pedro Moreira.
“Apresentamos neste concerto uma recriação do repertório que Amália levou à América, promovendo a criação de novos arranjos, novas visões de talentosos orquestradores portugueses e uma participação muito especial de 25 mulheres que irão homenagear a diva do Fado. Vinte e cinco anos após a partida de Amália, reerguemos novamente o seu espírito e prestamos-lhe esta homenagem”, afirma Ana Proença, fundadora e presidente da Égide.
“Este é um projeto ambicioso, agregador de várias instituições de referência, que se edifica a partir de um dos principais nomes da cultura portuguesa do século XX. O notável legado de Amália Rodrigues reforça-se e renova-se neste nosso tempo, através da recriação de arranjos orquestrais que permitirão à Orquestra Sinfónica Portuguesa, também ela embaixadora da nossa identidade cultural, estabelecer-se como interlocutora nesta confluência entre o fado, a música erudita e os clássicos da Broadway”, refere, por seu turno, Conceição Amaral, presidente do conselho de administração do OPART/Teatro Nacional de São Carlos.
“Amália tem um papel crucial na consagração do fado na cultura portuguesa e na sua universalidade. É um verdadeiro símbolo da nossa música tradicional e esta é uma justa homenagem ao legado que nos deixa”, sublinha o musicólogo Rui Vieira Nery.
“Amália vai muito além do fado e não é só no fado que traz inovações. Deu ao folclore uma dimensão universal, cantava-o de uma maneira muito própria sem uma estilização. A sua arte transcendeu as fronteiras do fado, abrangendo uma diversidade de estilos e culturas, levando a música portuguesa a um público global”, considera Vicente Rodrigues, presidente do conselho de administração da Fundação Amália Rodrigues.
Os bilhetes estão à venda nos locais habituais, em www.egideartes.pt e ainda na bilheteira física do CCB.
Além deste espetáculo, no dia 2 de julho decorrerá a conferência “Amália na América: Fado, Folclore e Broadway – com Rui Vieira Nery, na Fundação Amália pelas 18h30.
Sinopse do espetáculo
Em 1952, Amália Rodrigues conquistou o público norte-americano ao cantar no clube noturno "La Vie en Rose" em Nova Iorque. O seu sucesso renovou-se em prestigiadas salas como o Hollywood Bowl, o Lincoln Center e o Carnegie Hall.
O repertório de Amália nos EUA combinava fados tradicionais, fados-canção de Frederico Valério, canções tradicionais portuguesas e sucessos da Broadway e de Hollywood. Em 1965, gravou dois álbuns: "Amália Canta Portugal", com canções tradicionais orquestradas por Joaquim Luís Gomes, e "Amália na Broadway", lançado em 1984, com temas do "Great American Songbook".
Em 1966, foi solista em concertos sinfónicos com a Orquestra Filarmónica de Nova Iorque e a de Los Angeles, apresentando cantigas tradicionais portuguesas e fados, recebendo grande aclamação.
Amália tinha uma capacidade camaleónica para captar os sotaques e traços interpretativos de cada língua e tradição. Este programa homenageia as pontes de afeto que construiu com a América, afirmando a sua portugalidade universal, ecoando Miguel Torga: "o universal é o local sem paredes".
Rui Vieira Nery