O CIAJG encerra o ano com a inauguração de duas exposições dos artistas Mauro Cerqueira e Flávia Vieira, num programa noturno no museu
"Canções para um burro morto" © direitos reservados
No sábado 7 de dezembro, pelas 21h30, o CIAJG abre as suas portas para um programa noturno que inaugurará duas exposições: "Canções para um burro morto", a primeira exposição individual de Mauro Cerqueira numa instituição em Portugal, e a instalação "Milagro", da artista Flávia Vieira, em estreito diálogo com as coleções do museu.
A festa de abertura das novas exposições segue com o dj set de System Sophie, projeto de música exploratória de Sofia Ribeiro e do DJ Otsoa, fundador da editora de música Mera Label e do Coletivo Ócio.
A entrada é gratuita, ficando as exposições patentes até 27 de abril de 2025.
"Canções para um burro morto" é a primeira exposição monográfica de Mauro Cerqueira num museu em Portugal. Natural de Guimarães, com um percurso reconhecido nacional e internacionalmente no campo da arte contemporânea, Mauro Cerqueira (1982) é também cofundador de um dos principais espaços independentes no Porto ('Uma certa falta de coerência'), cidade onde vive e a trabalha desde o início dos anos 2000. Esta exposição a inaugurar no CIAJG, com curadoria de João Terras, tem como eixo central os últimos trabalhos do artista, resultado de duas viagens consecutivas a Marrocos. Uma primeira ao encontro de figuras como Jean Genet e Muhammad Chukri, e uma segunda ao interior do Médio Atlas ao encontro de músicos nômadas amazigh. Como título, "Canções para um burro morto" é uma alegoria que une as duas viagens e por reflexo espelha a prática do artista, interessada em dar nome e corpo a lugares indefenidos, histórias paralelas e anónimas.
Desta viagem resultam dois filmes que ocupam de forma central o espaço expositivo e dez canções que surgem de forma omnipresente no interior da exposição. Em diálogo com estas últimas produções surgem trabalhos realizados no início do seu percurso, nas cidades de Guimarães e Porto, e que desaceleram e desdobram a leitura geral da exposição. Com pintura, video e som, a cartografia de "Canções para um burro morto" centra-se nos universos da poesia e da condição de estar em viagem, enquanto lugares fundamentais para a reeleitura da história e dos territórios.
"Milagro", de Flávia Vieira, é um ensaio, um diálogo aberto e contingente com os artefactos pré-colombianos da coleção do CIAJG. Os trinta e três objetos são provenientes das culturas Inca, Chimú, Chancay, Moche, Azteca, Nicoya, Misteca, Talamameque, Nayarit, que ocuparam parte do território da América Central e do Sul, e que pertencem a um período cronológico entre 500 a.C e 1532 d.C, aproximadamente. A instalação, desdobrada em duas salas, evoca um pensamento espacial e cromático que recupera tradições manuais de um tempo que não existe mais.
Flávia Vieira (1983, Braga) desenvolve o seu trabalho a partir das narrativas culturais, históricas e políticas associadas aos processos do fazer, explorando noções de identidade, memória e representação coletiva, diáspora botânica e alteridade. Expondo maioritariamente entre o Brasil e Portugal, o seu trabalho está representado em várias coleções nacionais e internacionais, e participa atualmente no programa "Em Residência - Ateliers Municipais" da Câmara Municipal do Porto.
A entrada na noite de 7 de dezembro no CIAJG é gratuita. No dia seguinte, domingo, 8 de dezembro, pelas 15h00, como já vem sendo prática, realiza-se uma visita-conversa com o artista Mauro Cerqueira e o curador João Terras à exposição “Canções para um burro morto”, cuja entrada é livre. As exposições ficarão patentes até 27 de abril de 2025, podendo ser visitadas de terça a sexta das 10h00 às 17h00 e ao sábado e domingo das 11h00 às 18h00. A entrada é gratuita aos domingos das 11h00 às 14h00. Toda a informação relativa às exposições e restante programação do CIAJG encontra-se disponível online em www.ciajg.pt.