De forma a evitar discussões estéreis, começo por responder à questão que encabeça o texto – “alguém teria de ser” - tão lacónico quanto isto.
Se bem me lembro, ainda não me tinha queixado, que no dia anterior tinha sido arremessado para os confins das partidas, pois não? Insatisfeitos com a “gracinha”, os malandros repetiram a brincadeira na etapa seguinte, mas desta vez com laivos de sadismo.
Em mais de 1.800 participantes, o “berdadeiro” apenas teve direito a seis atletas a tapar-lhe a retaguarda. Traduzido, parti quatro horas e vinte e três minutos após a hora zero. Nada menos nada mais, que o milésimo octingentésimo primeiro orientista (ou coisa parecida) a entrar em cena.
“Tadinho! Os senhores do COC e do GCF são tão crueis”.
Quando meti as botas ao caminho, os níveis de ansiedade encontravam-se a estourar. A longa espera e a constante preocupação em não me atascar, converteram-se numa desgastante tortura e podiam ter causado danos irreparáveis no “berdadeiro” percurso. Valeu-me que o Santo padroeiro dos orientistas (seja ele quem for), tem muito mais poder que uma Organização mal intencionada e pôs-me a bendita mão por baixo.
Ah pois é! Tudo isto não passou de um rebuscado complô para me desmoralizar e repor o “espécie” no activo. Só que estão muito enganados, pois eu posso torcer, mas para quebrar, vão ter de se empenhar um pouco mais.
Se a etapa inicial roçou o desastre, a distância média no mapa da Lagoa das Braças, que pontuava para o WRE, com os seus 4.400 metros e 19 controlos, proporcionou-me momentos claramente antagónicos - a euforia e a desilusão desfilaram de mãos dadas.
Enquanto não partia, só me vinha à ideia a séria probabilidade de não conseguir terminar. Angustiava-me imaginar a equipa de levantamento de pontos na minha peugada, a aguardar que eu controlasse (e a torcer por mim, hehe!), para darem por concluída a sua tarefa. Não sei se perante situação tão vexatória, voltaria a ter coragem de encarar um mapa.
Era necessário progredir com juizinho, pois só poderia contar com o meu desempenho, porque rapidamente estaria sozinho e não seria possível aproveitar as ajudas “involuntárias” de outros participantes. Ao iniciar a prova tão tarde, foi-me completamente vedado o acesso aos famigerados acasos de que a Orientação é fértil (bip…bip…olá! Há ponto na costa!).
No decorrer dos percursos, o acerto na maioria dos pontos aumentou-me a confiança, de tal modo que um craque do meu escalão, que saíra depois de mim três minutos e me tinha ultrapassado com naturalidade ainda antes do terceiro ponto, para sua e minha surpresa, voltou a encarar comigo à saída do oitavo (o homem ficou perplexo, eu subi às nuvens). Ou ele havia atascado valentemente ou eu estava a efectuar a prova da minha vida (não terá sido alheio o motivante facto de me ter cruzado duas vezes com o Thierry, hehe!).
Ao passar no ponto de espectadores (15), o meu tempo quase se poderia considerar glorioso. Infelizmente, ao sair da zona da Arena, atrofiei-me com a emoção ao ouvir o Gueorgiou terminar (estrondoso aplauso que ecoou na floresta), baixei a guarda e nos dois percursos seguintes, arrasei o que de positivo tinha realizado até ali, descendo vertiginosamente à terra.
Uma vulgar cota no limite de uma clareira obrigou-me a regressar ao ponto de espectadores duas vezes, para gáudio de uns quantos “voyeurs” (as vergonhas a que me sujeito). Se não me encontrasse completamente só e desamparado no meio da mata (qual capuchinho vermelho), outro galo cantaria, assim, limitei-me a respirar fundo e percorrer aqueles 200 metros a passo (frustrante, mas eficaz), de modo a não entortar novamente o azimute. Considero este erro inaceitável, se ainda fosse uma cota “nórdica”…vá lá c`os diabos.
Cogitei cá com os meus botões – “safei-me de boa, agora só faltam três pontos de pampa na vizinhança da Arena”. Lógico que pensei mal. O décimo sétimo, localizado numa depressão a 150 metros duma “auto-estrada”, causou-me novo dissabor, mas transformou-me num especialista em depressões, dado que tive oportunidade de visitar uma dúzia delas, antes de finalmente encontrar o dito prisma e evitar a entrada noutro género de depressão.
Não obstante os contratempos da parte final (mais de quinze minutos desperdiçados), fruto de algum cansaço, desconcentração momentânea e uma boa dose de tolices consecutivas, julgo que efectuei uma restante prova de nível razoável, especialmente para quem andou isolado a maior parte do tempo. Ainda que apenas tenha cometido duas asneiras, a sua dimensão foi de tal ordem, que em termos classificativos fui positivamente “esmagado” (os verdadeiros não perdoam distracções), apesar de o resultado ser bem superior ao da primeira etapa.
Quanto ao aborrecido pormenor de me terem “oferecido” a fava duas vezes consecutivas nas partidas, é uma situação de difícil digestão e que me deixou uma “dolorosa” pedra na sapatilha. Na verdade as coincidências existem, mas é preciso acreditar nelas e eu nessa área sou um rapaz demasiado céptico.
Se bem me lembro, ainda não me tinha queixado, que no dia anterior tinha sido arremessado para os confins das partidas, pois não? Insatisfeitos com a “gracinha”, os malandros repetiram a brincadeira na etapa seguinte, mas desta vez com laivos de sadismo.
Em mais de 1.800 participantes, o “berdadeiro” apenas teve direito a seis atletas a tapar-lhe a retaguarda. Traduzido, parti quatro horas e vinte e três minutos após a hora zero. Nada menos nada mais, que o milésimo octingentésimo primeiro orientista (ou coisa parecida) a entrar em cena.
“Tadinho! Os senhores do COC e do GCF são tão crueis”.
Quando meti as botas ao caminho, os níveis de ansiedade encontravam-se a estourar. A longa espera e a constante preocupação em não me atascar, converteram-se numa desgastante tortura e podiam ter causado danos irreparáveis no “berdadeiro” percurso. Valeu-me que o Santo padroeiro dos orientistas (seja ele quem for), tem muito mais poder que uma Organização mal intencionada e pôs-me a bendita mão por baixo.
Ah pois é! Tudo isto não passou de um rebuscado complô para me desmoralizar e repor o “espécie” no activo. Só que estão muito enganados, pois eu posso torcer, mas para quebrar, vão ter de se empenhar um pouco mais.
Se a etapa inicial roçou o desastre, a distância média no mapa da Lagoa das Braças, que pontuava para o WRE, com os seus 4.400 metros e 19 controlos, proporcionou-me momentos claramente antagónicos - a euforia e a desilusão desfilaram de mãos dadas.
Enquanto não partia, só me vinha à ideia a séria probabilidade de não conseguir terminar. Angustiava-me imaginar a equipa de levantamento de pontos na minha peugada, a aguardar que eu controlasse (e a torcer por mim, hehe!), para darem por concluída a sua tarefa. Não sei se perante situação tão vexatória, voltaria a ter coragem de encarar um mapa.
Era necessário progredir com juizinho, pois só poderia contar com o meu desempenho, porque rapidamente estaria sozinho e não seria possível aproveitar as ajudas “involuntárias” de outros participantes. Ao iniciar a prova tão tarde, foi-me completamente vedado o acesso aos famigerados acasos de que a Orientação é fértil (bip…bip…olá! Há ponto na costa!).
No decorrer dos percursos, o acerto na maioria dos pontos aumentou-me a confiança, de tal modo que um craque do meu escalão, que saíra depois de mim três minutos e me tinha ultrapassado com naturalidade ainda antes do terceiro ponto, para sua e minha surpresa, voltou a encarar comigo à saída do oitavo (o homem ficou perplexo, eu subi às nuvens). Ou ele havia atascado valentemente ou eu estava a efectuar a prova da minha vida (não terá sido alheio o motivante facto de me ter cruzado duas vezes com o Thierry, hehe!).
Ao passar no ponto de espectadores (15), o meu tempo quase se poderia considerar glorioso. Infelizmente, ao sair da zona da Arena, atrofiei-me com a emoção ao ouvir o Gueorgiou terminar (estrondoso aplauso que ecoou na floresta), baixei a guarda e nos dois percursos seguintes, arrasei o que de positivo tinha realizado até ali, descendo vertiginosamente à terra.
Uma vulgar cota no limite de uma clareira obrigou-me a regressar ao ponto de espectadores duas vezes, para gáudio de uns quantos “voyeurs” (as vergonhas a que me sujeito). Se não me encontrasse completamente só e desamparado no meio da mata (qual capuchinho vermelho), outro galo cantaria, assim, limitei-me a respirar fundo e percorrer aqueles 200 metros a passo (frustrante, mas eficaz), de modo a não entortar novamente o azimute. Considero este erro inaceitável, se ainda fosse uma cota “nórdica”…vá lá c`os diabos.
Cogitei cá com os meus botões – “safei-me de boa, agora só faltam três pontos de pampa na vizinhança da Arena”. Lógico que pensei mal. O décimo sétimo, localizado numa depressão a 150 metros duma “auto-estrada”, causou-me novo dissabor, mas transformou-me num especialista em depressões, dado que tive oportunidade de visitar uma dúzia delas, antes de finalmente encontrar o dito prisma e evitar a entrada noutro género de depressão.
Não obstante os contratempos da parte final (mais de quinze minutos desperdiçados), fruto de algum cansaço, desconcentração momentânea e uma boa dose de tolices consecutivas, julgo que efectuei uma restante prova de nível razoável, especialmente para quem andou isolado a maior parte do tempo. Ainda que apenas tenha cometido duas asneiras, a sua dimensão foi de tal ordem, que em termos classificativos fui positivamente “esmagado” (os verdadeiros não perdoam distracções), apesar de o resultado ser bem superior ao da primeira etapa.
Quanto ao aborrecido pormenor de me terem “oferecido” a fava duas vezes consecutivas nas partidas, é uma situação de difícil digestão e que me deixou uma “dolorosa” pedra na sapatilha. Na verdade as coincidências existem, mas é preciso acreditar nelas e eu nessa área sou um rapaz demasiado céptico.