Chegou a hora da verdade! É tempo de balanço.
Terminada mais uma época da espécie de orientista, urge analisar os desempenhos destes últimos dez meses. Tudo se passou a uma velocidade vertiginosa, que até me custa a crer, já terem decorrido dois anos, desde que decidi abraçar esta modalidade, com uma tal paixão, que chega a ser doentia, a roçar a dependência.
Foi uma época plena de competição, com início em Setembro, na prova do ATV em Óbidos, terminando nas já famosas “diabólicas” etapas das Terras do Demo, em Moimenta da Beira, no final de Junho. Dá para perceber que enchi a “barriguinha” de quilómetros, ao percorrer o país, juntamente com a minha “cara-metade”, fazendo uma perseguição implacável a um vício, para o qual não encontro qualquer terapia. Ou antes, só alcanço o ponto de equilíbrio, com um mapa na mão e o norte na bússola.
Participei numas “mãos-cheias” de provas, desde as mais elitistas como o POM e Campeonatos Nacionais, até às ditas abertas, de cariz mais popular, com passagem obrigatória pelas competições do ranking norte, tendo feito inclusive, uma incursão à região sul.
Desorientei-me por entre os milhões de pedras (as ditas “parideiras”) de Gestoso e Coelheira, rolei em excesso de velocidade, em centros urbanos, como Santo Tirso, Pavia e Penela, “pastei” nos montados de Vendas Novas ou Canha, extasiei-me com as paisagens do Norte Alentejano, “maravilhei-me” em Óbidos, calcorreei parques magníficos em Matosinhos e Braga, “descobri” os pinhais do Cabroelo, “invadi” as propriedades nordestinas de Torga, “atasquei-me” nas dunas (não fossem elas como divãs) de Coimbrão ou Figueira da Foz, “excursionei” (qual escuteiro) pelo coração do Gerês e acabei “perseguido” pelo Demo em terras de Moimenta. Ah!!! Os últimos são os primeiros, a inesquecível “surpresa” do Palácio, no coração da invicta.
Uma loucura, dirão alguns. Uma maravilhosa e alucinante aventura direi eu. Reconheço que foi uma época bastante sobrecarregada, mas que havia de fazer? Se perguntava à minha mulher, “vamos?”, obtinha como resposta, “ainda não chegámos?”. Juntou-se a “fome com a vontade de comer”.
Mas não se pode fugir da realidade. É necessário proceder a uma análise, no que concerne à parte desportiva e obrigatoriamente, por muito que isso custe, ao aspecto logístico. As vertentes técnica e física, devem ser avaliadas, mas os custos logísticos têm de ser reavaliados. Esta é a fase mais dura da época, a do balanço, só comparável a uma prova de distância ultra longa. Os transportes, o alojamento, as inscrições, a alimentação, são factores que pesaram e muito em toda esta aventura. Neste capítulo, algo vai ter de mudar na próxima época, infelizmente com nítido prejuízo para a “carreira” da espécie de orientista. Mas sobre esta matéria não me vou alongar muito mais, para não correr o risco de ter que tomar anti-depressivos.
Agora, desportivamente é que a “porca torce o rabo”. Estarei preparado para a tão ansiada promoção a verdadeiro orientista? Com imensa pena e muitas “carradas” de vergonha, tenho de assumir que não consegui atingir os mínimos. Nesta altura só tenho de agradecer ao “iluminado” que inventou o vocábulo “retido”. A frustração seria muito maior, se ao deparar-me com o resultado da minha avaliação, o termo fosse “chumbado”. Retenção é muito mais “soft”, dá a sensação de que não se perdeu nada (bah…líricos!). A história, de que já fico satisfeito por terminar as provas sem mp, é treta (em termos escolares estaríamos perante um “não satisfaz”). O que tenho mesmo é de correr mais e “pastar” menos, ponto final.
Posso alegar, que alguns erros se deram por “falta de óculos”, que me oriento com uma bússola “marada”, que estou pesado (gordito?) e corro pouco, que sou o “rei” dos azarentos, que estava nevoeiro, ou vento, ou chuva ou…a idade não perdoa. A realidade é que sofro de índices de ansiedade, que me fazem “esquecer” a sinalética, virar a norte em vez de sul, tomar opções erradas por deficiente leitura do mapa, subir quando devo descer e vice-versa, correr de mais ou de menos, enfim…um manancial de deficiências técnicas, resultado de falta de concentração e níveis de auto-confiança a “bater no fundo” (vou ter necessidade de uma poderosa panaceia).
Não quero que sintam qualquer comiseração por mim (senão ainda choro…e muito!). Em abono da verdade, nem estive assim tão mal, a restante rapaziada é que teve desempenhos excelentesJ. Esta é uma análise pessoal, com uma boa dose de realismo. Os meus objectivos (fraquinhos por sinal) não foram alcançados. Qual é a admiração? O “espécie” também tem sonhos (assim pró rosa deslavado), está bem?
(Queria fazer aqui um parêntesis, porque ando com a “pulga atrás da orelha”. Será que a recente “invenção” de escalões “B”, nas categorias mais “entradotas”, terá alguma coisa a ver com as prestações menos conseguidas do “espécie”? Não me mintam!!!)
O resultado desta auto-análise tem de ser pragmático e estar imune a hesitações. Assim, por todos os motivos evocados e mais um, decidi dar continuidade ao meu doce calvário como espécie de orientista, senão, quem vos relataria estas crónicas, hã?
Terminada mais uma época da espécie de orientista, urge analisar os desempenhos destes últimos dez meses. Tudo se passou a uma velocidade vertiginosa, que até me custa a crer, já terem decorrido dois anos, desde que decidi abraçar esta modalidade, com uma tal paixão, que chega a ser doentia, a roçar a dependência.
Foi uma época plena de competição, com início em Setembro, na prova do ATV em Óbidos, terminando nas já famosas “diabólicas” etapas das Terras do Demo, em Moimenta da Beira, no final de Junho. Dá para perceber que enchi a “barriguinha” de quilómetros, ao percorrer o país, juntamente com a minha “cara-metade”, fazendo uma perseguição implacável a um vício, para o qual não encontro qualquer terapia. Ou antes, só alcanço o ponto de equilíbrio, com um mapa na mão e o norte na bússola.
Participei numas “mãos-cheias” de provas, desde as mais elitistas como o POM e Campeonatos Nacionais, até às ditas abertas, de cariz mais popular, com passagem obrigatória pelas competições do ranking norte, tendo feito inclusive, uma incursão à região sul.
Desorientei-me por entre os milhões de pedras (as ditas “parideiras”) de Gestoso e Coelheira, rolei em excesso de velocidade, em centros urbanos, como Santo Tirso, Pavia e Penela, “pastei” nos montados de Vendas Novas ou Canha, extasiei-me com as paisagens do Norte Alentejano, “maravilhei-me” em Óbidos, calcorreei parques magníficos em Matosinhos e Braga, “descobri” os pinhais do Cabroelo, “invadi” as propriedades nordestinas de Torga, “atasquei-me” nas dunas (não fossem elas como divãs) de Coimbrão ou Figueira da Foz, “excursionei” (qual escuteiro) pelo coração do Gerês e acabei “perseguido” pelo Demo em terras de Moimenta. Ah!!! Os últimos são os primeiros, a inesquecível “surpresa” do Palácio, no coração da invicta.
Uma loucura, dirão alguns. Uma maravilhosa e alucinante aventura direi eu. Reconheço que foi uma época bastante sobrecarregada, mas que havia de fazer? Se perguntava à minha mulher, “vamos?”, obtinha como resposta, “ainda não chegámos?”. Juntou-se a “fome com a vontade de comer”.
Mas não se pode fugir da realidade. É necessário proceder a uma análise, no que concerne à parte desportiva e obrigatoriamente, por muito que isso custe, ao aspecto logístico. As vertentes técnica e física, devem ser avaliadas, mas os custos logísticos têm de ser reavaliados. Esta é a fase mais dura da época, a do balanço, só comparável a uma prova de distância ultra longa. Os transportes, o alojamento, as inscrições, a alimentação, são factores que pesaram e muito em toda esta aventura. Neste capítulo, algo vai ter de mudar na próxima época, infelizmente com nítido prejuízo para a “carreira” da espécie de orientista. Mas sobre esta matéria não me vou alongar muito mais, para não correr o risco de ter que tomar anti-depressivos.
Agora, desportivamente é que a “porca torce o rabo”. Estarei preparado para a tão ansiada promoção a verdadeiro orientista? Com imensa pena e muitas “carradas” de vergonha, tenho de assumir que não consegui atingir os mínimos. Nesta altura só tenho de agradecer ao “iluminado” que inventou o vocábulo “retido”. A frustração seria muito maior, se ao deparar-me com o resultado da minha avaliação, o termo fosse “chumbado”. Retenção é muito mais “soft”, dá a sensação de que não se perdeu nada (bah…líricos!). A história, de que já fico satisfeito por terminar as provas sem mp, é treta (em termos escolares estaríamos perante um “não satisfaz”). O que tenho mesmo é de correr mais e “pastar” menos, ponto final.
Posso alegar, que alguns erros se deram por “falta de óculos”, que me oriento com uma bússola “marada”, que estou pesado (gordito?) e corro pouco, que sou o “rei” dos azarentos, que estava nevoeiro, ou vento, ou chuva ou…a idade não perdoa. A realidade é que sofro de índices de ansiedade, que me fazem “esquecer” a sinalética, virar a norte em vez de sul, tomar opções erradas por deficiente leitura do mapa, subir quando devo descer e vice-versa, correr de mais ou de menos, enfim…um manancial de deficiências técnicas, resultado de falta de concentração e níveis de auto-confiança a “bater no fundo” (vou ter necessidade de uma poderosa panaceia).
Não quero que sintam qualquer comiseração por mim (senão ainda choro…e muito!). Em abono da verdade, nem estive assim tão mal, a restante rapaziada é que teve desempenhos excelentesJ. Esta é uma análise pessoal, com uma boa dose de realismo. Os meus objectivos (fraquinhos por sinal) não foram alcançados. Qual é a admiração? O “espécie” também tem sonhos (assim pró rosa deslavado), está bem?
(Queria fazer aqui um parêntesis, porque ando com a “pulga atrás da orelha”. Será que a recente “invenção” de escalões “B”, nas categorias mais “entradotas”, terá alguma coisa a ver com as prestações menos conseguidas do “espécie”? Não me mintam!!!)
O resultado desta auto-análise tem de ser pragmático e estar imune a hesitações. Assim, por todos os motivos evocados e mais um, decidi dar continuidade ao meu doce calvário como espécie de orientista, senão, quem vos relataria estas crónicas, hã?