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EHF Euro 2024: França e Dinamarca reeditam Final do último Mundial

Campeões Olímpicos derrotaram a Suécia, atual Campeã da Europa, mas apenas após prolongamento; Tricampeões do Mundo levaram a melhor sobre a organizadora, Alemanha; Hungria garantiu histórico 5.º lugar.
 
Estão encontrados os finalistas do EHF Euro 2024, dois campeões na verdadeira ascensão da palavra: França e Dinamarca. Há precisamente 10 anos, as duas potências da modalidade encontravam-se no jogo decisivo do Europeu de 2014. Dessa vez foram os gauleses a fazer a festa (41-32), curiosamente em território dinamarquês. Em 2023, foi Dinamarca a vingar-se e a vencer a França na Final do Mundial. Agora, haverá tempo para novo confronto de gigantes, entre os Campeões Olímpicos e os Tricampeões do Mundo.
 
Esta sexta-feira, a França precisou de prolongamento para garantir vaga na Final, em jogo emocionante que terminou em 34-30 após 70 minutos. Logo depois foi a vez da Dinamarca confirmar o favoritismo e derrotar a Alemanha, por 26-29.
 
O jogo de atribuição da medalha de bronze está agendado para este domingo, às 14h00, antes da grande Final, marcada para as 16h45, ambos na mítica Lanxess Arena, em Colónia.
 
França – Suécia
Frente a frente, a atual Campeã Olímpica e a Campeã Europeia em título, uma reedição da Meia Final do EHF Euro 2022 e as duas seleções com mais medalhas nesta competição (Suécia – 6; França – 5). Duas superpotências da modalidade que dispensam qualquer tipo de apresentações, particularmente a França, que não falha uma Meia Final de uma grande competição desde o Europeu de 2020, o que inclui dois Mundiais, o último Europeu e os Jogos Olímpicos de Tóquio 2020.
 
A Suécia entrou confiante e respondeu ao golo inaugural, marcado pelo francês Nedim Remili, com três golos de uma assentada (1-3). Com o marcador em 4-4, a França acordou, deixou os suecos sem reação e concretizou um impressionante parcial de 6-0, com o Guardião Samir Bellahcene em grande plano, a revelar-se verdadeiramente decisivo (9-4). O selecionador nórdico, Glenn Solberg, pediu o primeiro time-out do jogo numa altura em que a Suécia não marcava há quase oito minutos.
 
Depois da paragem, os gauleses chegaram aos sete golos à maior (12-5) e continuavam a mostrar confiança e imprevisibilidade e, acima de tudo, eficácia no ataque, para além de um comportamento defensivo de alto nível. O francês Hugo Descat era a principal peça no ataque (cinco golos – 100% de eficácia a 10 minutos do intervalo). Para a Suécia, valeu a estreia feliz do central Felix Claar, que veio dar outra vida ao ataque nórdico e ajudar a uma pequena, mas importante, recuperação transformada em parcial de 1-4 (13-9, aos 21 minutos). Até ao descanso, os suecos melhoraram na defesa e o jogo estabilizou até ao soar da buzina, que traduziu seis golos de vantagem para os Campeões Olímpicos.
 
Intervalo: 17-11
 
No recomeço, a Suécia tirou o melhor partido de uma situação de superioridade numérica, que transitou desde os últimos segundos da primeira parte, para iniciar um parcial de 1-6 e encurtar distâncias até ao mínimo (18-17), algo que já não se via desde o 5-4. Com 38 minutos decorridos, o treinador francês, Guillaume Guille, pediu time-out.
 
Numa clara demonstração de resiliência, a Suécia festejou o golo do empate (18-18), pela mão do lateral Jonathan Carlsbogård, aos 40 minutos. A França voltou a respirar melhor (21-18) mas, com a ajuda do experiente guardião Andreas Palicka, a Suécia respondeu com uma moeda maior e, aos 51 minutos, consumou a tão procurada reviravolta (22-23), por Felix Claar, para colocar a seleção escandinava pela primeira vez na frente do marcador.
 
Andreas Palicka já tinha colocado a capa de herói, mas fez questão de vestir o fato completo nos últimos minutos e impulsionou os companheiros para uma inédita vantagem de dois golos (24-26), a dois minutos do fim.
 
Guillaume Guille preparou o derradeiro minuto em time-out, com o marcador em 25-27, e a equipa concretizou. O selecionador nórdico fez o mesmo, quando faltavam 15 segundos para o fim. A Suécia perdeu a posse de bola e a França dispôs de uma última oportunidade para chegar ao empate, um livre direto a uns bons 11 metro da baliza sueca. Elohim Prandi fez o ‘impossível’ e, com um golo estratosférico e controverso, salvou a ambição gaulesa e trouxe o prolongamento.
 
Resultado após 60 minutos: 27-27
 
No prolongamento, a Suécia mostrou-se frágil, cansada e com pouco discernimento, e a França aproveitou para concretizar um parcial de 3-0 com apenas um marcador: Dylan Nahi. Jim Gottfridsson ainda reduziu antes do fim dos primeiros cinco minutos (30-28), perante uma armada francesa competente na defesa.
 
O guarda-redes Rémi Desbonnet, que entrou no decorrer da segunda metade do tempo regulamentar, esteve em destaque e sentenciou a vitória que colocou a França na grande Final do EHF Euro 2024.
 
Resultado Final: 34-30
 
Alemanha – Dinamarca
A última vez que seleção germânica tinha estado no Final Weekend de um Campeonato da Europa foi em 2016, numa edição que ergueu o troféu contra todas as probabilidades. Já a congénere nórdica, Tricampeã Mundial em título, já não disputa uma Final de um Europeu desde 2014 e a última vez que levantou o ouro foi em 2012. Dois velhos conhecidos na luta por um lugar na rota do troféu, a expetativa era grande em torno desta segunda Meia Final, em Colónia.
 
Com uma Lanxess Arena a apoiar na grande maioria pela seleção da casa, a Alemanha foi embalada pelo público para um parcial inicial de 3-1. Aos sete minutos, apareceu a resposta da Dinamarca, que chegou ao empate (3-3) mas, num ápice, os germânicos voltaram aos dois golos (5-3). Até aos 10 minutos, houve um padrão bem vincado: dois golos consecutivos para cada lado, uma e outra vez, com a Dinamarca a impedir de forma sistemática que a Alemanha alcançasse três golos à maior – de forma inédita. Aos 13 minutos, com o marcador em 7-5, a Alemanha sofreu a primeira contrariedade quando Sebastian Hermann foi excluído. 
 
Com o guarda-redes Niklas Landin a somar três defesas perante 10 remates, a Dinamarca voltou a anular a diferença (7-7) já em igualdade numérica. Os alemães desesperaram quando Sebastian Hermann, acabado de cumprir dois minutos de ‘castigo’, voltou a ser excluído, mas o guardião germânico, Andreas Wolff, impediu que a Dinamarca consumasse a reviravolta, em superioridade.
 
Já de igual para igual, a Alemanha continuava a sentir dificuldades no ataque mas ía conseguindo anular os Tricampeões do Mundo em momentos decisivos e, aos 20 minutos, o placar registava 9-8. O jovem lateral Renars Uščins, nascido na Letónia, mostrava-se a um nível superior, para além de Jurri Knorr, que assinou o 13-10, aos 28 minutos, para dar uns inéditos três golos de vantagem à Alemanha. Do lado dinamarquês era Emil Jakobsen a recolher algum protagonismo – acabaria a primeira parte como melhor marcador, com os mesmos quatro golos do que [Renars] Uščins.
 
Andreas Wolff foi para o balneário com 35% de eficácia, face aos 26% de Niklas Ladin.
 
Intervalo: 14-12
 
Emil Nielsen, guardião que antes desta partida contabilizava uns impressionantes 40% de eficácia na baliza (a maior percentagem do EHF Euro 2024 até ao momento), estreou-se na segunda parte, na mesma altura em que foi colocado em prática o sistema 7×6 pela Dinamarca. Os Tricampeões do Mundo começaram os segundos 30 minutos com um parcial de 1-4, para se colocarem na liderança pela primeira vez (15-16), após seis minutos. O cenário só não ficou ainda mais cinzento para a Alemanha – que não marcava há cinco minutos – por causa de Andreas Wolff.
 
Aos 38’ apareceu a primeira exclusão da etapa complementar, para o dinamarquês Magnus Landin Jacobsen, com o marcador em 17-17. Naturalmente, o 7×6 foi embora momentaneamente mas a Alemanha não aproveitou a superioridade (17-18). Em 12 minutos, desde o recomeço, Emil Nielsen sofreu apenas três golos, pelo que contabilizava uma eficácia ’louca’ de 78% e os companheiros de ataque, sem brilhantismo, dilataram a vantagem para dois golos (17-19). Já para lá dos 45 minutos, a Dinamarca chegou aos três de diferença (18-21). O time-out, que se pensava que até pudesse aparecer mais cedo, foi pedido pelo islandês Alfreð Gíslason, selecionador da Alemanha, aos 49 minutos, com o marcador em 19-22. 
 
Os alemães ficaram sem opções e os nórdicos ainda chegaram aos cinco golos (21-26) antes de uma última investida que reduziu a diferença para 26-28, à entrada para o derradeiro minuto da partida. A ‘estrela da companhia’, Mikkel Hansen, assinou o 26-29 e confirmou o triunfo da Dinamarca, que valeu o bilhete dourado para a grande Final, deixando os organizadores na rota do bronze.
 
Resultado Final: 26-29
 
Magiares garantem inédito top-5
A Hungria fez história ao garantir, pela primeira vez, o 5.º lugar num Campeonato da Europa, superando a anterior melhor classificação de sempre nesta competição: o 6.º posto, alcançado em 1998. No derradeiro duelo, os magiares – comandados pelo ex-treinador do SL Benfica, Chema Rodriguez – defrontaram e derrotaram a Eslovénia por 23-22, num jogo que, tal como se esperava, foi equilibrado e até viu os eslovenos na liderança durante mais tempo, inclusive após 30 minutos (12-13). Mas a Hungria nunca desistiu e bem pode agradecer ao guardião László Bartucz (10 defesas no total), que foi decisivo para o triunfo pela margem mínima. Do lado esloveno, o destaque vai para o também guarda-redes Klemen Ferlin, eleito MVP e autor de 11 defesas.
 
Men’s EHF Euro 2024
Calendário – Final Weekend
5º/6º
26.01.2024 – 14h00 – Hungria x Eslovénia, 23-22 (12-13)
Meias Finais
26.01.2024 – 16h45 – França x Suécia, 34-30 a.p. (27-27; 17-11)
26.01.2024 – 19h30 – Alemanha x Dinamarca, 26-29 (14-12)
3º/4º
26.01.2024 – 14h00 – Suécia x Alemanha, RTP Play
Final
26.01.2024 – 16h45 – França x Dinamarca, RTP Play
 

Periodicidade Diária

terça-feira, 3 de dezembro de 2024 – 00:20:27

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