Os Campeonatos Mundiais de Atletismo de Oregon’22 estão já nos dias finais, mas os portugueses ainda têm competição.
No sétimo dia de competição chegam duas provas com qualificações nas quais entram atletas portugueses. No lançamento do dardo apresenta-se Leandro Ramos. O recordista de Portugal, que esta época, no meeting de Doha, da Liga Diamante, num dia de ventania, lançou a 84,78 metros, estabelecendo novo máximo nacional, está na luta pela presença na final, que teoricamente lhe será difícil alcançar.
Melhor que a marca dele está época estão oito atletas e com resultados entre os 83 e os 84 metros estão outros 9 atletas. Com o português são 18 candidatos a 12 lugares o que deixa logo as coisas dentro da realidade. Mas nada é impossível, como diz o seu treinador Carlos Tribuna, em conversa informal. Embora tenha essa excelente marca, Leandro Ramos ainda não está regular nas marcas perto do que se exige para qualificação direta (83,50 m), mas as qualificações são uma prova dentro de outra. Apenas três lançamentos em que tiver mais sangue-frio prevalece.
O grupo do atleta português está agendado para começar no dia 21 de julho às 18h35 (04h25 da madrugada de 22 de julho em Portugal Continental).
Pelo mesmo diapasão afina o treinador de Pedro Pichardo, o seu pai Jorge. As qualificações têm uma carga de pressão sobre os atletas, com os melhores, mais seguros do trabalho feito, a conseguirem estar em bom plano, em melhor posição para conseguirem a passagem à final. Pedro Pichardo, campeão olímpico em Tóquio, no ano passado, vice-campeão mundial em 2013 e 2015, quarto em 2019, na sua primeira presença como português, tem agora mais uma oportunidade para lutar pelo ouro que lhe fugiu três vezes para Christian Taylor, que volta a competir e estará no mesmo grupo de qualificação (grupo A).
No grupo B, que começa à mesma hora, estará em competição Tiago Pereira. O campeão de Portugal, que competiu também nos Jogos Olímpicos no ano passado, faz a sua estreia em Campeonatos do Mundo, mas recorda essa presença em Tóquio.
“Eu trouxe uma grande lição dos Jogos, em que as qualificações são diferentes de tudo o resto, bem difíceis, então vou encarar esse momento com muita responsabilidade e tentar chegar à final”, afirma o atleta que este ano entrou em mais meetings da Liga Diamante e do Word Continental Tour.
Mais experiente “que no ano passado, é isso que vou tentar traduzir aqui em Eugene. Em Tóquio estava um pouco deslumbrado com a regularidade de boas marcas e com a forma em que me apresentei e acho que cheguei demasiado confiante e pensei que as coisas correriam melhor. Mas aconteceu comigo, ficar de forma. Mas sou muito forte psicologicamente e esse percalço foi uma aprendizagem. Aqui estou mais tranquilo, com a ideia de que preciso deixar o que tenho e fazer o melhor que sei na qualificação. Só assim as coisas vão correr pelo melhor. Só ao meu melhor nível atingirei a final”, concluiu o atleta.