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Portugal vai apenas alinhar com um corredor, Rui Oliveira, na prova de fundo do Campeonato da Europa de Estrada para elite, que se disputa neste domingo, em Munique, Alemanha. Mas não falta
ambição à equipa nacional.
A corrida de 209,4 quilómetros é unanimemente definida como adaptada aos velocistas. “Será um Campeonato da Europa com um perfil se adequa às minhas caraterísticas, embora eu até preferisse um pouco mais duro. Sendo o único representante da Seleção terei de enfrentar a corrida com cautela. A prova será disputada com muita velocidade, prevendo-se uma chegada ao sprint. Estando sozinho terei de ver a melhor estratégia para estar nos da frente”, afirma Rui Oliveira.
Sem companheiros no pelotão, Rui Oliveira terá de correr de forma inteligente, lendo a corrida a cada instante para garantir as melhores possibilidades de sucesso. Algo parecido com o fez no Europeu de Alkmaar, em 2019. Na altura, Portugal alinhou com Oliveira e César Martingil, mas este descolou muito cedo, devido a furo, não podendo ajudar o chefe-de-fila. Apesar da contrariedade, Rui Oliveira manteve-se junto dos melhores e foi disputar o sprint, ficando na 16.ª posição.
Apesar das previsões de chegada ao sprint, as equipas com mais elementos podem sempre trocar as voltas aos sprinters, lançando homens num grupo pequeno, impedindo uma chegada em pelotão compacto. O ciclista português acredita nessa possibilidade. “Há blocos que querem que a corrida chegue ao sprint, mas sendo um percurso urbano, a corrida poderá ser atacada em alguma volta por uma das seleções mais numerosas. A corrida poderá partir-se a qualquer instante, por isso terei de estar bastante atento em todo o circuito, procurando entrar nos cortes principais e, quem sabe, a disputar o sprint final”, explica o representante de Portugal.
Habituado a lançar os sprinters da equipa, quando representa a UAE Team Emirates, Rui Oliveira terá amanhã de bater-se por seguir a “roda” mais adequada, visando melhorar o resultado de 2019. “Há três anos vivi uma situação idêntica a esta, fiz esse Europeu praticamente sozinho, devido ao infortúnio do meu colega, e até acabou por correr bem, estive na disputa da corrida até ao fim e fiz perto do top 15. Em Munique um top 10 seria fantástico e iria melhorar os meus resultados em Campeonatos da Europa”, assinala o gaiense.
O selecionador nacional, José Poeira, confia nas qualidades de Rui Oliveira, mas tem noção de que, sem equipa, o mínimo percalço pode deitar tudo a perder. “O Rui tem as caraterísticas certas para uma corrida com este perfil. Sabemos que as equipas mais numerosas irão controlar a corrida, cabendo ao Rui aproveitar o trabalho dos outros. Ele é um corredor que se coloca bem, mas, sem ajuda para essa colocação, estará sempre em desvantagem, porque terá um desgaste acrescido nesse trabalho. Tem todas as qualidades para conseguir uma boa prestação, embora dependa também de não ter qualquer azar, porque se isso suceder, sem equipa, será muito mais difícil”, analisa José Poeira.