Como é que os novos avanços tecnológicos estão a mudar as formas de fabrico e quais os impactos desta nova revolução na indústria automóvel? Vão os veículos elétricos dominar o mercado? É para dar resposta a estas questões que o Ayming Institute (AI), o grupo de reflexão da Ayming, acaba de lançar o guia “Produzir, crescer, impulsionar a Inovação”, um documento que apresenta as inovações fundamentais que estão a chegar a este setor e outros setores a uma velocidade desconcertante.
O destaque vai para a transformação operada pelos veículos elétricos, mas com espaço para os veículos autónomos e um caminho que pode pôr fim à posse massiva de carros, eliminar a necessidade da maioria das escolas de condução e acabar com o custo de mortes e lesões em acidentes de trânsito.
Tendo em conta a necessidade de descarbonizar os transportes e os compromissos assumidos nesse sentido, o foco da I&D dos fabricantes passou a ser a melhoria dos motores elétricos, da eletrónica de potência e das baterias. E, aqui, a automatização vai ter um papel de destaque, o que terá como consequência a eliminação de milhares de postos de trabalho. No entanto, de acordo com o guia agora disponibilizado, muitos novos postos serão criados na cadeia de abastecimento: em vez de montarem motores de combustão interna, os trabalhadores passarão a produzir baterias e outros componentes eletrónicos.
Nesta área, a inovação tecnológica está a avançar rapidamente, potenciada por uma intensa concorrência, de olhos postos na melhoria da capacidade energética e dos tempos de carregamento, procurando reduzir os custos e a pegada ambiental das baterias. Mas, além destas, o crescimento do mercado de veículos elétricos depende também da expansão das infraestruturas de carregamento e da sua eficiência, pelo que os especialistas acreditam que o futuro dos transportes não será totalmente elétrico.
Ainda que, na Europa, os dados apontem para que, em 2030, a quota de mercado para este tipo de veículos chegue aos 49%, não indo além dos 9% para híbridos, os motores de combustão ainda equipariam 21% dos veículos, podendo também incluir o hidrogénio como fonte de energia. Esta tem sido, de resto, uma área com grande investimento: o mercado global de veículos movidos a célula de combustível de hidrogénio (HFCVs), avaliado em 1,5 mil milhões de dólares em 2023, pode chegar aos cerca de 60 mil milhões de dólares até 2032, com um crescimento anual de 43%.
Finalmente, os veículos autónomos: até 2020, estimava-se que mais de 40 empresas estivessem a desenvolver veículos autónomos. Após vários contratempos, a corrida para provar a viabilidade e segurança desta tecnologia recuperou o seu ímpeto, com avanços potenciados pela IA gerativa, que permitem esperar que este mercado gere milhares de milhões de dólares até o final desta década. O que pode significar mais de 2.750 mil milhões de dólares até 2033, ou um crescimento anual de 33% em relação à avaliação de 158 mil milhões de dólares de 2024.
Mantêm-se, no entanto, obstáculos financeiros, regulamentares, tecnológicos e operacionais, incluindo os riscos para a segurança pública: o mercado global de cibersegurança automóvel pode valer 29 mil milhões de dólares até 2027 (face aos 570 milhões de dólares em 2020).
Além deste tema, o guia, desenvolvido pelos especialistas Ayming, aborda ainda a Inteligência Artificial (IA) e humana, a soldadura e o setor agro-alimentar.