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Pedro Lencart foi o melhor português no The Tour Championship, ao concluir no 5.º lugar o torneio de encerramento da época de 2019/2020 do Portugal Pro Golf Tour (PPGT).
A prova de 25 mil euros em prémios monetários – reduzida de 54 para 36 buracos, devido às contingências relacionadas com o combate ao COVID-19 –, foi ganha pelo inglês Jamie Abbott que conquistou hoje (Sábado), no Troia Golf, o seu primeiro título desde que foi pai.
Pedro Lencart, de apenas 19 anos, é um amador que há muito dá que falar e que disputou alguns torneios do PPGT com sucesso assinalável, pois antes deste 5.º lugar, já tinha sido 4.º classificado em novembro, no Dom Pedro Pinhal Classic, de 10 mil euros em prémios.
Pelo meio, voltou ao circuito amador da Federação Portuguesa de Golfe e ganhou em janeiro o 1º Torneio do Circuito CashBack no Montado, sagrando-se também vice-campeão do Campeonato Internacional Amador de Portugal em fevereiro.
E se no Dom Pedro Pinhal, em Vilamoura, terminou com um agregado de 3 pancadas abaixo do Par, hoje, em Troia, no concelho de Grândola, fez ainda melhor, totalizando 4 abaixo do Par (140 pancadas), após duas voltas consecutivas de 70.
«Saio daqui com a sensação de que o meu jogo está a evoluir no caminho certo, pois joguei muito sólido ao longo destes dois dias, embora pudesse ter sido um puco mais feliz nos greens. Por um lado, é positivo ter sido o melhor português, no entanto, estava com esperanças que houvesse um português a ganhar», disse Pedro Lencart, do Club de Golf de Miramar, que planeia tornar-se profissional em outubro ou novembro.
A alusão de Pedro Lencart a um português vencedor da prova referia-se ao seu ídolo de infância, Pedro Figueiredo, membro do European Tour (a primeira divisão europeia), que esteve bem metido na luta pelo título até três buracos do fim da sua prova.
Depois de uma primeira volta a Par do campo, ‘Figgy’ estava hoje endiabrado e chegou a andar com 5 pancadas abaixo do Par. Nessa altura estava empatado na liderança com outros quatro jogadores, antes de terminar com um agregado de 141 pancadas (72+69), 3 abaixo do Par.
«A volta de hoje ia a correr-me muito bem, ia com -5 ao fim de 15 buracos, e era um resultado natural pois estava a jogar muito bem, mesmo sem meter grandes putts. Mas acabei mal, fiz dois bogeys nos últimos três buracos. Saio daqui com um sabor amargo porque senti que, com o jogo que fiz hoje e ontem, poderia ter conseguido mais do que este -3», disse o profissional da Navigator.
Pedro Figueiredo, de 28 anos, partilhou o 9.º lugar com outro português com o mesmo resultado de 141 (-3), Vítor Lopes (voltas de 70 e 71), que este ano já ganhou dois torneios do PPGT no Morgado Golf Course, em Portimão.
«O meu jogo está no sítio certo. Infelizmente tiveram de cancelar o último dia de prova, mas por uma boa razão. Não consegui a vitória, mas os dois dias não deixam de ser dois bons resultados», considerou o algarvio de 23 anos.
Os resultados completos dos jogadores portugueses foram os seguintes:
5.º Pedro Lencart, 140 (70+70), -4;
9.º Pedro Figueiredo, 141 (72+69), -3;
9.º Vítor Lopes, 141 (70+71), -3;
13.º Tomás Melo Gouveia, 143 (77+66), -1;
18.º Tomás Bessa, 144 (74+70), Par;
22.º Hugo Santos, 145 (77+68), +1;
22.º João Carlota, 145 (72+73), +1;
29.º Miguel Gaspar, 146 (70+76), +2;
40.º João Pinto Basto, 148 (73+75), +4;
40.º Ricardo Santos, 148 (72+76), +4;
51.º Tomás Silva, 150 (76+74), +6;
54.º Alexandre Abreu, 151 (74+77), +7;
54.º Tiago Cruz, 151 (74+77), +7;
57.ª Leonor Bessa, 152 (78+74), +8;
57.º Nathan Brader, 152 (73+79), +8;
70.º Ricardo Melo Gouveia, 159 (76+83), +15;
A segunda edição do The Tour Championship do PPGT em Troia contou com 79 participantes e o melhor foi o inglês Jamie Abbott com 137 pancadas, 7 abaixo do Par, após rondas de 67 e 70.
«Durante 27 buracos não joguei nada mal, mas os últimos nove foram terríveis e ainda bem que só houve quatro testemunhas. Comecei a falhar uma série de fairways e neste campo quando isso acontece só podemos rezar por fazermos bons chips e salvarmos o Par. Ia com 5 abaixo do Par mas no buraco 8 falhei o green, fui a um bunker e ainda fiz um chip-in para birdie! De alguma forma arranquei outro birdie no buraco 9 e foi isso que deu-me o resultado de -7. Diria que foi um pouco cómico, mas diverti-me à grande», disse o inglês de 32 anos que está agora numa nova etapa da sua vida.
«Nos últimos cinco meses quase não joguei nada e tenho estado em casa com a minha mulher a aprender mais como ser um pai do que propriamente a ser um profissional de golfe», acrescentou Abbott que ganhou dois torneios do Algarve Pro Golf Tour em 2017.
A vitória deu-lhe um prémio de cinco mil euros e um convite para o Open de Portugal at Royal Óbidos, um torneio do Challenge Tour marcado para setembro.
Para além disso, este sucesso permitiu-lhe ajustar contas antigas, como contou com um sorriso na cara: «Em 2009 perdi aqui, em Troia, o Campeonato Internacional Amador de Portugal num play-off, diante do Dale Whitnell. O Dale ganhou no ano passado este The Tour Championship e este ano já está a competir no European Tour. Este ano ganhei eu e senti como que uma desforra há muito desejada».
O The Tour Championship atribuiu ainda um prémio ao melhor amador, o finlandês Casper Simberg (67+72), de 26 anos, que partilhou o 2.º lugar (5 abaixo do Par) com os profissionais Paul Maddy (71+68) de Inglaterra e Dermot McElroy (71+68) da Irlanda.
Simberg tem a curiosidade de ser orientado pelo português David Silva, o treinador, entre outros, de Ricardo Melo Gouveia e de Tomás Melo Gouveia, que hoje assinou o melhor cartão dos dois dias de torneio, de 66 pancadas, 6 abaixo do Par.
O PPGT é um circuito satélite internacional organizado pelo português José Correia e o inglês Gary Harris, e sancionado pela Federação Portuguesa de Golfe (FPG), PGA de Portugal e pelo britânico Jamega Pro Golf Tour.
Em declarações à SportTV, José Correia disse: «É um balanço positivo. Tivemos uma lista de inscritos fortíssima, com dois jogadores do European Tour, alguns do Challenge Tour. Estamos muito satisfeitos, pois o campo apresentou-se em excelentes condições e o retorno dos jogadores foi fantástico. Compreenderam também a decisão de encurtar o torneio e disseram-nos que foi a opção certa».
Alexandre Barroso, o diretor do Troia Golf, confirmou a qualidade do palco que dirige: «Não me lembro de ver o campo em tão boas condições e a equipa está toda de parabéns. Pelo Troia Golf o The Tour Championship é para
manter-se aqui, pois estamos muito contentes com esta parceria».
Texto:Hugo Ribeiro
Fotos: Berto Granja e Hugo Ribeiro