Com o bem sucedido afundamento da fragata “Hermenegildo Capelo” no passado dia 15 de junho,ganha ainda mais forma o projeto Ocean Revival, que visa criar um polo de turismo subaquático ao largo da costa de Portimão, a 30 metros de profundidade e a cerca de três milhas da Praia de Alvor.
Momento de particular espetacularidade, o afundamento do terceiro navio de uma frota de quatro vasos de guerra da Marinha Portuguesa foi acompanhado por largas centenas de pessoas, tanto em terra como a bordo de muitas embarcações, tendo sido também transmitidos em direto para todo o mundo através da internet.
Na cerimónia que, no Hotel Pestana Alvor Praia, precedeu a imersão deliberada da fragata, o Almirante Nuno Teixeira, representante da Armada Portuguesa, sublinhou que “a aposta neste projeto pioneiro prende-se com a preservação da nossa memória viva”, tendo Luís Sá Couto, responsável pela empresa Subnauta, realçado todo o apoio recebido por parte da Marinha e da Câmara Municipal de Portimão “para a concretização deste sonho cheio de vicissitudes, mas também de enorme potencial.”
Para Manuel da Luz, presidente da autarquia anfitriã do projeto Ocean Revival, “é uma honra para Portimão receber nas suas águas quatro navios que marcaram a nossa recente história naval e que agora ficam imortalizados, pois em vez de irem para a sucata geram novas oportunidades para a economia regional.”
Depois de referir que nos primeiros oito meses o parque subaquático recebeu mais de três mil mergulhos, Manuel da Luz realçou que “este é um paradigma do chamado ‘cluster’ do mar, criando mais-valias e consolidando o nosso destino turístico.”
O afundamento decorreu conforme o planeado, o que permitiu que passadas duas horas os mergulhadores pudessem visitar o Parque Ocean e conhecer o ‘navio almirante’ “Hermenegildo Capelo” no fundo do mar.
Às três embarcações já afundadas juntar-se-á em setembro próximo o navio oceanográfico “Almeida Carvalho”, o que permitirá a criação de um recife artificial propício ao desenvolvimento do ecossistema marinho.
Para preservar o meio ambiente, a fragata foi alvo de uma prévia e apurada operação de limpeza de todos os materiais nocivos, como já havia sucedido com a “Oliveira e Carmo” e o “Zambeze”.
O projeto Ocean Revival está orçado em cerca de três milhões de euros e é da responsabilidade da Associação Musubmar.