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O Governo assinalou esta segunda-feira o arranque do ciclo olímpico Tóquio 2020, numa cerimónia que contou com a participação do Primeiro-Ministro, António Costa, no Centro de Alto Rendimento dedicado ao Atletismo, no Jamor, onde estiveram presentes muitos dos atletas que trabalham para entrar na grande competição dentro de quatro anos.
“Independentemente do resultado que cada um de vós venha a obter, o mais importante não é a chegada, mas este momento de partida, para quando chegarem serem mais rápidos, mais fortes” e tenham atingido o ponto mais
alto – este foi o desafio lançado por António Costa aos membros da equipa olímpica presentes na ampla plateia composta pelos mais distintos agentes ligados ao desporto português, aludindo a uma citação do poeta Fernando Pessoa: “A maior vitória não é chegar, é partir.”
O Primeiro-Ministro pediu ainda aos atletas para não esquecerem que “cada vez que entram em competição é também um pouco de nós que o faz.” António Costa sublinhou o papel exemplar que os medalhados olímpicos
Armando Marques (Montreal 1976), Carlos Lopes (Montreal 1976 e Los Angeles 1984) e Rosa Mota (Los Angeles 1984 e Seul 1988) tiveram em relação às gerações mais jovens.
Tiago Brandão Rodrigues, ministro da Educação, que tutela a área do desporto, destacou as condições criadas no Programa de Preparação Olímpica (PPO) Tóquio 2020, subscrito pelo Comité Olímpico de Portugal e pelo
Comité Paralímpico de Portugal. “Alocámos mais meios, com mais recursos, para os Comités e para as Federações. Esta é a nossa luta comum.”
Dirigindo-se diretamente aos atletas, o ministro da Educação disse: “Sabemos que a vossa ambição é serem maiores do que aquilo que pensávamos que fossem.” Tiago Brandão Rodrigues referiu a influência que os resultados conseguidos por Carlos Lopes, Rosa Mota, Fernanda Ribeiro e Nelson Évora, entre outros, tiveram na evolução do desporto português. E referiu-se especificamente à medalha de ouro conquistada por Rosa Mota na maratona:
“Fez muito mais do que as políticas públicas fizeram.”
O presidente do Comité Olímpico de Portugal (COP), José Manuel Constantino, na sua intervenção (em anexo, na íntegra), sublinhou o alcance do PPO agora em vigor: “Importa destacar que, quer o modelo de apoio à preparação, quer os meios financeiros que o Governo coloca à disposição para este ciclo olímpico melhoraram. Traduzem mesmo um aumento significativo em relação ao ciclo olímpico anterior.”
“É devido um reconhecimento ao Governo pela atitude que demonstrou no que respeita às propostas que apresentámos, sem usar a posição dominante de financiador, para impor os seus pontos de vista”, referiu José Manuel Constantino, que lembrou ainda o alcance que a participação nos Jogos Olímpicos atingiu: “Em certo sentido não são apenas os atletas que são avaliados. São também as políticas públicas de desporto que estão sob escrutínio.
São as políticas federativas. É o Comité Olímpico. Todos somos avaliados.” Daí ter conferido à representação do Governo ao mais alto nível um significado particular: “O Governo entendeu dar ao compromisso assumido em torno
do Programa de Preparação Olímpica para os Jogos de Tóquio 2020 o destaque e relevo que esta cerimónia hoje consagra, com a dignidade institucional de ser presidida pelo Primeiro-Ministro de Portugal. O Comité Olímpico de Portugal está muito grato e reconhecido por esta decisão. É um ato político do maior significado e alcance, que ultrapassa em muito a própria cerimónia.”
Fotos: COP