Após o ‘amargo de boca’ na véspera em virtude de um erro de navegação que lhe custou quinze minutos e a descida ao sétimo posto da classificação geral, Ruben Faria respondeu ontem da melhor forma ás adversidades da corrida e numa longa jornada com 423 quilómetros, que ligou Calama a Iquique, o piloto de Olhão subiu mesmo ao sexto posto da classificação geral depois de ter sido sétimo no dia.
Numa etapa já conhecida do passado ano e que acabou de forma triunfal com uma descida de areia com quase três quilómetros de extensão os pilotos vislumbraram finalmente o Oceano Pacifico, na chegada a Iquique.
“O final desta especial é único. Já no ano passado me impressionou. Mas foi um dia novamente muito exigente, com uma fase inicial com muita pedra e exigente, para no final entrarmos na dunas durante quase 40 quilómetros. Estive muito bem precisamente até chegarmos a essa fase de dunas, que mais uma vez fizeram a diferença. Os pneus estavam já muito castigados e acabei por perder aí o quinto posto na especial, que ocupava até então. Mas foi um dia positivo, em que subi ao sexto lugar mas infelizmente o Cyril perdeu terreno para o Marc em virtude de uma penalização de ontem. O dia de descanso
aproxima-se e faz parte da nossa estratégia estar na frente na entrada para a segunda metade da prova. Vamos ver se conseguimos.”
Palavras de Ruben Faria no final desta longa especial em Iquique e após um dia marcado por muitas peripécias para os homens da frente, como Marc Coma, que caiu e perdeu muito tempo ou Olivier Pain, que caiu igualmente e foi forçado ao abandono.
Hoje a caravana ruma a Arica, numa especial com mais de 450 quilómetros e promete ser muito exigente.
“Amanhã vamos entrar verdadeiramente no Atacama e será um dia muito duro a anteceder o dia de descanso no Sábado. Vamos encontrar dunas, ‘fesh-fesh’, ‘erva-camelo’...enfim, o verdadeiro deserto chegou.”
Em direcção ao Peru, o Dakar termina amanhã naquela que é a última povoação antes da entrada nesse pais a norte do Chile.