Frederico Silva e Gastão Elias entram a ganhar num dia marcado pela desistência de Pedro Sousa

 

Frederico Silva e Gastão Elias estrearam-se com sucesso na fase de grupos da terceira etapa do novo Circuito Sénior da Federação Portuguesa de Ténis, que se desenrola no Tennis Club da Figueira da Foz até domingo (12 de julho). Em sentido contrário, Pedro Sousa ressentiu-se da lesão no gémeo esquerdo e retirou-se do torneio.

 

Campeão no Lisboa Racket Centre há quatro dias, Frederico Silva — segundo cabeça de série e número 193 ATP — voltou a impor-se de forma muito autoritária frente a Fábio Coelho, que ultrapassou novamente o “qualifying”, graças aos parciais de 6-1 e 6-0.

 

Muito agressivo desde o início do encontro, o tenista das Caldas da Rainha nunca enfrentou dificuldades e reforçou o estatuto de favorito à vitória na Figueira da Foz.

 

 

As primeiras rondas são sempre jogos difíceis, joguei com o Fábio na semana passada e sabia o que tinha de fazer hoje para conseguir um bom jogo, felizmente consegui fazer um bom jogo na primeira ronda e ganhar com uns parciais ligeiramente desequilibrados, o que foi bom para não ter de passar tanto tempo em court, visto que a semana passada foi um bocadinho pesada, revelou depois do encontro.

 

“O ranking conta pouco, porque estamos a regressar de uma pausa prolongada. Todos temos dias melhores e dias piores, especialmente depois de termos estado muito tempo parados. O nosso principal objetivo é competir e voltar a sentir este ‘bichinho’ e as rotinas da competição. O facto da semana passada me ter corrido bem não significa que esta também vá correr. Estou a sentir-me a jogar bem e tenho hipóteses de ganhar, mas cada jogo é um jogo e vou simplesmente concentrar-me no meu e não pensar no resto”, acrescentou o pupilo de Pedro Felner.

 

O campeão nacional de 2016 e 2018, João Monteiro, é o jogador que separa Frederico Silva das meias-finais na Figueira da Foz, onde passou a ser o jogador mais cotado em prova depois da desistência de Pedro Sousa, que se ressentiu da lesão no gémeo esquerdo que o perturbou nos últimos meses.

 

Consigo treinar, mas ainda não consigo competir. Esse era o grande objetivo destas semanas e desta em concreto, ganhar forma e competir, mas infelizmente ainda não consigo. Já consigo treinar num ambiente controlado, mas quando há incerteza e alguma tensão no jogo o gémeo não aguenta e por isso infelizmente vou ter que parar, explicou o número dois nacional e 110 ATP depois de desistir quando perdia por 5-2 com Martim Prata, que com este resultado ficou afastado das contas do Grupo 1.

 

Luís Faria, que venceu na véspera, vai enfrentar um “lucky loser” e só precisa de entrar em campo para garantir a conquista de um ponto e selar automaticamente a passagem às meias-finais, a fase que atingiu há uma semana, no Lisboa Racket Centre.

 

Quem também teve uma estreia tranquila no Tennis Club da Figueira da Foz foi Gastão Elias. O ex-top 60 do “ranking” mundial confirmou o favoritismo frente ao jovem Jaime Faria, de 16 anos, que apesar da boa prestação não conseguiu ir além de uma derrota por 6-2 e 6-2. Na sexta-feira, Gastão Elias vai reencontrar Nuno Borges (que o derrotou na Vale do Lobo Tennis Academy) e o vencedor segue para as meias-finais.

 

 

Treinámos no outro dia e gostei bastante das pancadas dele. É um jogador bastante completo, com um bom futuro. Entrei para este jogo tranquilo, mas a saber que do outro lado ia estar um jovem sem pressão nenhuma, solto, e que isso pode complicar as coisas, mas felizmente consegui ser consistente do início ao fim e como disse fiz com que o jogo ficasse tranquilo”, disse sobre o encontro desta quinta-feira, antes de antever o de sexta-feira.

 

Aprende-se muito com as derrotas. Posso mudar uma ou outra coisa, principalmente no plano de jogo, mas sei que vai ser um jogo bastante difícil. Ele ganhou-me na última vez vez e isso é logo um indicador de que pode ser um encontro bastante complicado. Se não me engano, nos últimos 10 jogos ele ganhou 12, portanto está com muita confiança. O Nuno é muito talentoso e já demonstrou muitas vezes o bom nível que pode alcançar.

 

No último encontro do dia deu-se a grande surpresa: Henrique Rocha, atual campeão nacional de sub 16, levou a melhor num duelo entre companheiros de treino frente a Tiago Cação (quarto cabeça de série e 547.º ATP) com 6-4 e 6-3, um resultado que lhe garantiu a melhor vitória da carreira, mas que já não lhe permite sonhar com a presença nas meias-finais — uma vez que ficará sempre em desvantagem contra pelo menos um dos adversários. O encontro entre Tiago Cação e Duarte Vale será, por isso, decisivo.

 

No quadro principal feminino, destaque para a estudante Mariana Campino: depois de duas vitórias no “qualifying”, a jogadora da Lisbon Tennis Academy viajou para Setúbal, onde esta manhã realizou a primeira fase do exame nacional de Física e Química A do 11.º ano, e regressou a tempo de somar mais uma vitória: 6-2 e 6-3 a Madalena Amil.

 

 

Não podia faltar ao exame, por isso pedi para jogar mais cedo, fui a casa e hoje fiz o exame de manhã. Depois tive de ‘vir a correr’ e comer no carro para chegar aqui, aquecer durante 15 minutos e entrar no campo. Felizmente correu bem”, revelou, entre sorrisos, depois de somar a terceira vitória em dois dias.

 

Com este resultado, a tenista de 17 anos marcou um encontro decisivo com Maria Inês Fonte, a terceira cabeça de série e número 912 do “ranking” mundial feminino.

 

Nos restantes encontros do dia, Sara Lança (vencia por 6-1 e 1-0 quando Sara Neto desistiu, lesionada), Maria Santos (6-3 e 6-1 a Matilde Jorge) e Elizabet Hamaliy (6-3 e 6-1 contra Inês Oliveira) selaram triunfos que as colocam com hipóteses de apuramento na derradeira jornada da fase de grupos.

 

Texto - Gaspar Ribeiro Lança

Fotos - Beatriz Ruivo

 

 

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