- Gastão Elias desiste devido a lesão
- Domingues eliminado no arranque do quadro principal
- Irmãs Jorge com adversárias definidas
O português Jaime Faria apurou-se, na tarde desta segunda-feira, para o quadro principal de singulares do Oeiras Open 125, torneio do ATP Challenger Tour que a Federação Portuguesa de Ténis organiza, com o apoio da Câmara Municipal de Oeiras, entre os dias 16 e 23 de abril em simultâneo com um ITF feminino de 100.000 dólares.
Um dia depois de ter deixado pelo caminho o alemão Sebastian Fanselow (344.º), o tenista luso de 19 anos impôs-se ao também germânico Rudolf Molleker (311.º) com os parciais de 7-6(3) e 6-3.
Embalado pela confiança que a vitória da véspera lhe deu, e uma vez mais em ação no Court Central do Complexo de Ténis do Jamor, Faria conseguiu neutralizar o ténis ofensivo do ex-top 10 mundial de juniores para assinar uma das melhores vitórias da carreira — novamente em parciais diretos.
Assim, o jovem do Centro de Alto Rendimento da Federação Portuguesa de Ténis garantiu a terceira participação da carreira em quadros principais de provas Challenger, mas primeira sem precisar de um convite: “Assim dá outro gosto, é a melhor coisa que me podia acontecer. Para ser sincero, havia a possibilidade de eu ter um wild card para o quadro principal, mas vi com muito bons olhos este acontecimento porque pensei que ia fazer uma boa qualificação. Estou a sentir-me muito bem nos treinos e chegar ao quadro principal com dois encontros muito bem conseguidos tem um sabor a conquista. Ainda por cima também entrei direto no qualifying”, revelou em conferência de imprensa.
Já no final do dia, Jaime Faria ficou a saber que terá como adversário na primeira ronda do quadro principal o belga Kimmer Coppejans. Atualmente no 189.º lugar do ranking, o ex-top 100 (foi 97.º em junho de 2015) conhece a sensação de ser bem-sucedido no Jamor, pois foi finalista do Oeiras Open 3 em junho de 2022, e será o adversário com melhor classificação de sempre a estar no caminho do jovem luso.
O apuramento de Jaime Faria significaria, à partida, a presença de oito jogadores ‘da casa’ no quadro principal de singulares, mas ao início da tarde Gastão Elias anunciou a desistência deste Oeiras Open 125.
De regresso ao Jamor motivado pelo sucesso recente neste palco (15 vitórias e três títulos Challenger consecutivos), o jogador da Lourinhã não recuperou da lesão que sofreu em plena final de Girona no início do mês: "Feliz ou infelizmente, o primeiro torneio em terra batida correu muito bem. Fiz encontros muito intensos, com um grande desgaste físico, e não estava preparado a 100% para um estilo de jogo diferente por isso deu-se esta rotura no posterior da coxa", explicou.
No entanto, o problema físico já não o afasta dos courts e a conferência de imprensa aconteceu, inclusive, depois de uma intensa sessão de treinos: “A diferença entre treinar assim e disputar um encontro é que aqui é tudo esquematizado de forma a que os meus arranques e travagens sejam mais ou menos planeados, enquanto num encontro a sério não existem esses limites”, acrescentou antes de acrescentar que “não quis entrar num torneio a saber que o meu corpo não está preparado para o poder ganhar.”
Já a fechar a jornada, João Domingues (atualmente no 299.º posto ATP) ficou muito perto de assinar a primeira vitória de um tenista luso no quadro principal de singulares: o tenista de Oliveira de Azeméis liderou por 4-2 na terceira partida e dispôs de um match point ao 6-5, mas não segurou as vantagens e perdeu por 2-6, 6-3 e 7-6(3) com o australiano James Mccabe (282.º).
No final, lamentou o momento de forma atual, mas olhou com esperança para os próximos desafios graças aos bons sinais que retira das sessões de treino: “É uma derrota difícil de digerir e estou triste porque tenho vindo a treinar mesmo muito bem e a imprimir uma qualidade de treino que nunca tive, mas não estou a conseguir passá-la para os encontros e as vitórias estão a escapar-me entre os dedos”, desabafou. "Normalmente acontecia-me o contrário: não treinava tão bem e jogava melhor, mas esta fase não vai durar para sempre e quando calhar para o meu lado espero que continue por algum tempo para compensar."
No Oeiras Ladies Open não houve jogadoras portuguesas em ação, mas a jornada desta segunda-feira deu a conhecer as primeiras adversárias das duas representantes nacionais no quadro principal de singulares.
Ambas em estreia em torneios da categoria de 100.000 dólares, as irmãs Francisca Jorge (314.ª WTA) e Matilde Jorge (631.ª) vão medir forças com jogadoras do top 100 mundial: a mais velha e melhor classificada terá pela frente a cabeça de cartaz do evento, Marie Bouzkova (34.ª e já com um título WTA no currículo), enquanto a mais nova cruzará caminhos com Nuria Parrizas-Diaz (80.ª), que depois de passar o qualifying — não se inscreveu no quadro principal — ganhou o estatuto de sexta cabeça de série.
Num quadro recheado de estrelas (há nove jogadoras que atualmente pertencem ao top 100 WTA e quatro que já estiveram entre as 10 melhores do mundo), a ucraniana Elina Svitolina (ex-número três mundial, vencedora do WTA Finals e medalha de bronze nos Jogos Olímpicos) e a canadiana Eugenie Bouchard (ex-número cinco mundial e finalista de Wimbledon) foram sorteadas contra duas jogadoras que passaram pela liderança do ranking mundial de juniores: Clara Tauson (que aos 20 anos é a 130.ª, mas já foi 33.ª) e Diane Parry (atual 109.ª WTA que esteve na 58.ª posição), respetivamente.