- Pedro Sousa é o único luso em prova nos singulares
- Irmãs Jorge discutem “quartos” de pares na quinta-feira
A portuguesa Matilde Jorge e a ucraniana Elina Svitolina foram eliminadas na primeira ronda do quadro principal de singulares do Oeiras Ladies Open. Este ITF de 100.000 dólares, que é o torneio internacional feminino mais importante dos últimos nove anos em Portugal, é organizado pela Federação Portuguesa de Ténis com o apoio da Câmara Municipal de Oeiras entre os dias 16 e 23 de abril e acontece ao mesmo tempo que um ATP Challenger 125.
A cumprir a estreia em torneios desta dimensão, Matilde Jorge (631.ª classificada no ranking WTA) foi a última das nove tenistas portuguesas a irem a jogo na variante de singulares. Apesar de não ter conseguido surpreender, a número dois nacional, de apenas 19 anos, realizou uma exibição melhor do que os parciais de 6-2 e 6-2 transparecem frente à espanhola Nuria Parrizas Diaz — número 80 mundial que chegou a estar no top 50 em 2022.
“Sabia que ela é boa jogadora e que tem bastante experiência. Não me senti a jogar mal e sabia o que tinha de fazer, mas senti que a bola me estava a fugir um bocadinho. Com a troca de bolas aos sete e depois aos nove jogos estávamos quase sempre a jogar com bolas novas e desconcentrei-me nesse aspeto, não consegui agarrar-me durante muito tempo ao que estava a fazer bem”, analisou a vimaranense de 19 anos em conferência de imprensa.
Afastada nos singulares, Matilde Jorge virou o foco para a variante de pares. Na véspera, venceu ao lado da irmã, Francisca Jorge, depois de anular um match point numa reta final em que foi decisiva para a reviravolta frente às quartas cabeças de série. E o encontro dos quartos de final está agendado já para quinta-feira, contra Katarzyna Piter e Bibiane Schoofs. A polaca e a neerlandesa afastaram as portuguesas Elizabet Hamaliy e Sara Lança por 6-1 e 6-1, o mesmo resultado do triunfo de Anna Bondar e Marie Bouzkova perante Maria Garcia e Angelina Voloshchuk.
De volta aos singulares, a jornada desta quarta-feira começou com o afastamento de uma das maiores estrelas do elenco. A regressar à competição depois de uma pausa de cerca de um ano para se dedicar à maternidade, Elina Svitolina dispôs de um match point que não conseguiu converter e sofreu a reviravolta perante Clara Tauson.
Ex-número um mundial de juniores, a dinamarquesa (que já conquistou um título ITF em Portugal e atualmente ocupa o 132.º lugar no ranking WTA depois de já ter sido 33.ª) lutou durante 2h30 até que venceu por 2-6, 7-6(3) e 6-4.
Svitolina, que foi número três do ranking WTA em 2017, vencedora do WTA Finals no ano seguinte e medalha de bronze nos últimos Jogos Olímpicos, começou o encontro com um ténis mais sólido e agressivo. Só que Tauson nunca deitou a toalha ao chão e agarrou-se com unhas e dentes a um marcador que chegou a indicar match point favorável à adversária, acabando por sentenciar o braço de ferro mais aguardado do dia com um break fulcral no 10.º jogo, à terceira oportunidade.
Na segunda ronda, Clara Tauson terá como adversária a qualifier francesa Margaux Rouvroy (309.ª), que aproveitou o facto de Linda Noskova (uma das figuras do torneio fruto do 53.º posto WTA) estar a sentir-me mal para seguir em frente (6-2, 2-0, desistência da checa).
No Oeiras Open 125, um torneio da segunda categoria mais elevada do ATP Challenger Tour, a representação lusa ficou exclusivamente a cargo de Pedro Sousa, que na quinta-feira lutará com o francês Alexandre Muller, segundo favorito, por um lugar nos quartos de final.
Isto porque, nos pares, caíram as duas duplas ‘da casa’. Jaime Faria (19 anos) e Pedro Sousa (34) ficaram a dois pontos de eliminarem os primeiros cabeças de série do Oeiras Open 125, mas não foram capazes de terminar a recuperação e perderam por 7-6(4), 6-7(6) e 12-10 para o brasileiro Marcelo Demoliner e o italiano Andrea Vavassori ao cabo de 2h03.
Perante um Court Central do Jamor composto por vários entusiastas, a dupla lusa anulou um match point no tie-break da segunda partida para forçar um tira-teimas. Depois, no match tie-break, Faria e Sousa abriram uma vantagem de 3-0, lideraram por 5-2 e ainda por 7-4 e 8-7, mas uma vez perdidos os mini-breaks de avanço tiveram de correr atrás do prejuízo e apesar de ainda terem anulado três pontos de encontro já não conseguiram sorrir.
No outro encontro com portugueses envolvidos, e que terminou já depois das 20 horas, João Domingues e Frederico Silva cederam por 6-3 e 6-2 para o australiano James McCabe e o austríaco Sebastian Ofner.
Já nos singulares, o argentino Juan Manuel Cerundolo (123.º que já esteve no top 100 e tem um título ATP no currículo) realizou uma exibição sólida e derrotou o qualifier espanhol Pablo Llamas Ruiz por 6-4 e 6-3. Considerado um dos favoritos à vitória no torneio, o jovem de 21 anos agendou encontro com o campeão em título deste torneio. Kaichi Uchida, que em 2022 conquistou o Oeiras Open 3 (então de categoria inferior, um Challenger 80) e aqui defende o estatuto de sexto favorito, teve mais trabalho, mas acabou por superar o búlgaro Adrian Andreev (213.º) pelos parciais de 6-1, 1-6 e 6-2 para prolongar a série de triunfos no Jamor.
Na metade superior do quadro ficou definido outro encontro dos quartos de final, que também colocará frente a frente dois pré-designados: o austríaco Sebastian Ofner (119.º) deu a volta ao australiano James McCabe (carrasco de João Domingues na ronda inaugural após salvar um ponto de encontro) e triunfou por 2-6, 6-1 e 6-2, enquanto o italiano Andrea Vavassori (172.º) — que tinha passado por Frederico Silva na primeira ronda — não deu hipóteses e superou Chun-Hsin Tseng por 6-3 e 6-1.