- Prova fica sem portugueses na variante de singulares
- Cachin sobrevive, Gaston desiste
Os portugueses Frederico Silva, Pedro Sousa e João Domingues perderam, esta terça-feira, na eliminatória inaugural e deixaram o Oeiras Open 4 sem tenistas ‘da casa’ no quadro principal de singulares. Organizado pela Federação Portuguesa de Ténis com o apoio da Câmara Municipal de Oeiras, este torneio do ATP Challenger Tour decorre entre os dias 14 e 20 de maio no Complexo de Ténis do Jamor.
Em ação pela primeira vez desde que alcançou as meias-finais do Oeiras Open 125, há cerca de um mês, Pedro Sousa (362.º classificado no ranking mundial) perdeu por 6-2 e 7-6(4) perante o norte-americano Ulises Blanch (354.º), que aproveitou o embalo do qualifying para o surpreender.
Longe do nível que apresentou na campanha anterior, o lisboeta de 34 anos ainda esboçou uma recuperação ao quebrar pela primeira e única vez o serviço de Blanch para liderar a segunda partida por 3-1. Mas a reação do norte-americano, mais disponível física e animicamente, foi imediata. O jogador ‘da casa’ ainda forçou um tie-break, mas não voltou a dar resposta ao adversário.
“Foi um encontro meio estranho, uma hora e 20 minutos de sofrimento e de desconforto. Infelizmente não me consegui preparar da melhor maneira para estar pronto para estas condições e acabei por não fazer um grande jogo, mas ele também teve mérito”, lamentou Pedro Sousa em conferência de imprensa.
“Estive a treinar bem, estou bem fisicamente. Foi mais uma questão mental, com todo o contexto que estava à minha volta hoje. A minha cabeça estava a disparar em todas as direções menos para o que era importante, que era o jogo em si”, acrescentou o tenista português, que durante o Millennium Estoril Open (no início de abril) apontou para esta semana o final da carreira, mas à semelhança do que já tinha feito durante o Oeiras Open 125 voltou a deixar em aberto a possibilidade de regressar em setembro para se despedir 'em casa', no Club Internacional de Foot-Ball (CIF), durante o Lisboa Belém Open: “É essa a minha vontade, mas ainda falta muito tempo e tenho de me sentir bem para saber que mereço minimamente estar lá e tirar o wild card a alguém. Não digo que quero ir para ganhar o torneio, mas quero ter as mínimas condições para ser competitivo.”
Depois, Frederico Silva (215.º) não conseguiu travar a boa forma de Aleksandar Vukic (127.º e sexto cabeça de série) e perdeu por 7-6(3) e 6-3 num duelo em que teve oportunidades para celebrar outro resultado.
Finalista de um Challenger em Seul há duas semanas e campeão de outro em Busan (ambos na Coreia do Sul) no último domingo, o australiano de 27 anos reagiu bem à viagem exigente e apoiou-se nas suas maiores armas — o serviço (10 ases) e a direita — para ‘fechar a porta’ ao caldense, que não chegou a criar qualquer ponto de break.
“Não tenho tido jogos muito fáceis, mas sinto que tenho feito coisas muito boas nos treinos. Nos jogos tenho algumas oscilações, mas tenho confiança de que pode ser uma questão de mais semana, menos semana, para virar o eixo a esta fase menos boa", disse no final o jogador das Caldas da Rainha, que horas antes da derrota recebeu a confirmação de que poderá jogar o qualifying de Roland-Garros na próxima semana.
A fechar a jornada, João Domingues (460.º) entrou com o pé direito e ainda venceu um set, mas foi incapaz de manter o ascendente e acabou por perder pelos parciais de 4-6, 6-0 e 6-2 com o croata Nino Serdarusic (305.º), que no domingo venceu Pedro Araújo na primeira ronda do qualifying.
O jogador de Oliveira de Azeméis foi o português que esteve mais perto de seguir para a segunda ronda. No entanto, depois de um arranque positivo baixou o nível e com uma queda abrupta de intensidade logo na fase inicial da segunda partida perdeu o controlo do duelo.
“Não está a ser fácil. Hoje faltou-me manter o nível do primeiro set porque ainda entrei bem no segundo e tive um break point, mas não consegui concretizá-lo e depois fui por aí abaixo. Mentalmente saí do encontro, ele soltou-se e eu já não tive força para continuar a jogar com um bom nível tenístico e mental”, reconheceu Domingues.
Para além do trio luso, o Oeiras Open 4 também se despediu do segundo cabeça de série: Hugo Gaston (110.º) perdia por 6-3 e 3-0 com o espanhol Pedro Martínez quando desistiu devido a doença.
Mais feliz foi a estreia de Pedro Cachin. Dois anos depois de ter ganho um torneio Challenger neste mesmo palco (começou o Oeiras Open 1 de 2021 no qualifying e venceu os portugueses Gonçalo Oliveira e Nuno Borges nos últimos dois duelos), o uruguaio precisou de sofrer, mas foi capaz de dar a volta ao qualifier Eduardo Ribeiro (341.º) e triunfou por 5-7, 7-6(5) e 6-3 para inscrever o nome na segunda ronda.
Para Cachin segue-se um jogador que, tal como ele, gosta muito do pó de tijolo: o boliviano Hugo Dellien (157.º que já fez parte do top 70).
A jornada de quarta-feira começará às 10 horas e ao final da tarde lançará a jogo as duas duplas que ainda mantêm em jogo a representação lusa nesta prova: Jaime Faria/Henrique Rocha (contra os primeiros cabeças de série, Hunter Reese e Szymon Walkow) e João Domingues/Frederico Silva (frente a Sanjar Fayziev/Alexandru Jecan).