- Tenista de Andorra conquistou maior título da carreira
- Austríaco assegurou a estreia no top 100 do ranking ATP
- Domingues e Rocha entram a ganhar no Braga Open
Victoria Jimenez Kasintseva e Alexander Ritschard conquistaram o Del Monte Lisboa Belém Open mais importante de sempre e entraram para a história do torneio combinado (ATP Challenger 100 e ITF W75) que a Federação Portuguesa de Ténis e a MP Ténis organizaram no Club Internacional de Foot-Ball entre 22 e 29 de setembro com os apoios da Câmara Municipal de Lisboa e da Junta de Freguesia de Belém.
Destinada desde muito cedo aos maiores palcos da modalidade, Victoria Jimenez Kasintseva (175.ª WTA) derrotou na final a espanhola Guiomar Maristany (204.ª) por 6-4 e 6-2 em 82 minutos.
Antiga número um mundial no escalão de sub 18 somente com 15 anos, Victoria Jimenez (175.ª) levantou o título júnior do Australian Open em 2020 aos 14, troféu que a lançou para a ribalta dos melhores prodígios. Nos profissionais, até hoje tinha quatro títulos W25, pelo que o Del Monte passa a ser a maior conquista. É, igualmente, a primeira de 2024 (tinha perdido três decisões, uma numa W100) e a segunda em Portugal, depois do ITF de Loulé em Outubro de 2022.
Depois de superar a número um nacional Francisca Jorge na primeira eliminatória, jogada em recinto coberto somente na passada quinta-feira, a jovem de 19 anos sobreviveu a duas jornadas duplas e só cedeu um parcial no embate dos quartos de final, num compromisso no qual precisou de inverter uma desvantagem de 6-0 e 3-0 contra a francesa Carole Monnet, vencedora deste torneio há dois anos.
No derradeiro encontro, Victoria Jimenez Kasintseva foi sempre a mais agressiva e a que dispôs de mais poder de fogo para se impor do fundo do court, onde disparou vários winners dos dois lados, essencial para a reviravolta em ambos os sets: no primeiro recuperou de 0-3 (dois breaks), no segundo sofreu novamente uma quebra de serviço madrugadora. Nunca hesitou e o quinto triunfo no torneio surgiu com muita naturalidade.
A final masculina sorriu a Alexander Ritschard (121.º ATP), que resistiu no braço de ferro frente ao ao belga Raphael Collignon (191.º) com os parciais de 6-3, 6-7(3) e 6-3 numa bela final de 2h38.
Com o Estádio CIF praticamente cheio para assistir à conclusão da oitava edição da prova, este ano a mais forte de todas por ter sido promovida à categoria 100 do ATP Challenger Tour, Alexander Ritschard precisou de vencer três encontros nos derradeiros dois dias de competição para sair com o quarto título na categoria (nono da carreira), o terceiro em 2024 na quarta decisão da temporada.
Ritschard deverá instalar-se no posto 99 da hierarquia masculina, um feito para um tenista que já não é bem um novato e que assumiu na conferência de imprensa da véspera ser algo a atingir brevemente.
Collignon pareceu o mais fresco fisicamente desde o segundo parcial e foi fulcral no terceiro set a insistência pelo encurtar dos pontos, nomeadamente pelas incursões à rede. O tenista helvético salvou oito de 11 pontos de break no total do frente a frente e quatro deles foram especialmente relevantes: três no terceiro jogo do parcial (1-1) e um no último.
Alexander Ritschard entra na galeria de campeões do torneio composta por Oscar Otte (2017), Tommy Robredo (2018), Roberto Carballes Baena (2019), Jaume Munar (2020), Dmitry Popko (2021), Marco Cecchinato (2022) e Flavio Cobolli (2023).
Mais a Norte, João Domingues e Francisco Rocha assinaram as primeiras vitórias portuguesas na sexta edição do Braga Open e apuraram-se para a última ronda do qualifying deste Challenger 75 que a Federação Portuguesa de Ténis e o Clube de Ténis de Braga organizam até ao próximo domingo.
Campeão em 2019, Domingues (567.º ATP e ex-top 150) passou pelo austríaco Sandro Kopp (338.º) com os parciais de 6-4 e 7-5 e marcou encontro com Bernabé Zapata Miralles. O espanhol já esteve no 37.º lugar (foi em maio de 2024), mas atualmente ocupa o 279.º e foi derrotado pelo jogador de Oliveira de Azeméis (6-0 e 6-0) nas meias-finais da edição ganha pelo tenista "da casa".
Rocha (716.º) passou pelo austríaco Joel Josef Schwaerzler, 374.º da tabela masculina e antigo líder da hierarquia de sub 18, com os parciais de 7-5 e 6-3 e assinou a segunda vitória da carreira no ATP Challenger Tour, primeira da temporada. Na segunda-feira, discutirá a passagem ao quadro principal — onde já estão o irmão mais novo, Henrique Rocha, e ainda Jaime Faria, Gastão Elias, Frederico Silva e Pedro Araújo — com o ucraniano Eric Vanshelboim (483.º).
Fotos: Beatriz Ruivo/FPT e Sara Falcão/FPT