- Sexto título de pares para Francisca Jorge/Matilde Jorge
- Francisco Rocha/Guilherme Valdoleiros vencem em pares masculinos
- Elizabet Hamaliy/Fábio Coelho transformam desafio em título de pares mistos
- João Couceiro e Jean Paul Melo na final de ténis em cadeira de rodas
Francisca Jorge e Matilde Jorge vão discutir pela quinta vez o título no Campeonato Nacional Absoluto/Taça Guilherme Pinto Basto, enquanto Frederico Silva e Daniel Batista carimbaram pela primeira vez o acesso à final masculina. Em pares, os títulos sorriram às irmãs vimaranenses e aos estreantes Francisco Rocha/Guilherme Valdoleiros e Elizabet Hamaliy/Fábio Coelho. João Couceiro e Jean Paul Melo são os finalistas no Campeonato Nacional de Ténis em Cadeira de Rodas.
Heptacampeã em título, Francisca Jorge (190.ª classificada no ranking WTA) chegou às 30 vitórias consecutivas na prova rainha do ténis nacional ao passar por Elizabet Hamaliy (1231.ª) com os parciais de 6-1 e 6-3.
A número um portuguesa dominou o encontro do início ao fim, mas uma distração permitiu à adversária, estreante em meias-finais, recuperar um dos breaks de atraso e dar outra pintura ao encontro entre parceiras de treino.
“O resultado estava mais desnivelado do que o encontro estava a ser e de certa forma relaxei ao achar que já estava ganho, mas a Eliza está outra vez a jogar bem, solta e como é óbvio ia jogar bem. Foi isso que aconteceu e recuperou dois jogos. Depois voltei a ser lúcida e estou feliz por estar de volta à final, mas o meu objetivo é ganhar o título”, explicou Francisca Jorge no final.
Vencedora das edições de 2017, 2018, 2019, 2020, 2021, 2022 e 2023, Francisca Jorge tenta tornar-se, aos 24 anos, na quarta mulher a conquistar pelo menos oito títulos de campeã nacional em singulares — igualando o registo de Angélica Plantier — e apenas na terceira a vencer tantos de forma consecutiva.
A adversária deste sábado, numa final marcada para não antes das 10h30, será a jogadora que melhor conhece: nada mais, nada menos do que a irmã mais nova, Matilde Jorge (339.ª WTA), que superou em quatro das sete decisões.
O triunfo da número dois nacional foi bem mais nivelado e exigiu mesmo três partidas. 6-4, 0-6 e 6-4 foram os parciais contra Angelina Voloshchuk (774.ª) num frente a frente em que raramente as duas jogaram ao melhor nível em simultâneo.
“Entrei muito bem no terceiro set, com um mindset diferente porque no segundo ela subiu o nível e jogou muito bem. O jogo do 2-0 para o 3-0 no segundo set foi muito importante porque eu tive algumas oportunidades para recuperar o break, mas ela teve muito mérito e eu desacreditei um pouco, por isso sabia que precisava de recuperar o foco e recomeçar do zero”, reconheceu depois de ser testada pela primeira vez esta semana.
Jorge chegou a liderar o parcial decisivo por 4-0, mas sentiu o momento e permitiu a recuperação a Voloshchuk, que anulou mesmo as duas quebras de serviço antes de acusar, também ela, a ocasião.
Finalista em 2019, 2021, 2022 e 2023, Matilde Jorge quer quebrar o domínio da irmã mais nova e admitiu tratar-se do ano em que está “mais preparada” para lutar pelo único título que lhe falta, dado que começou por inaugurar o palmarés com uma vitória em pares mistos, no ano de 2018, e esta sexta-feira venceu pela sexta vez em pares femininos.
Tal como nos anos anteriores, Francisca Jorge e Matilde Jorge interromperam os festejos relativos às meias-finais de singulares para discutirem o título de pares. E com naturalidade sagraram-se campeãs pela sexta vez lado a lado ao vencerem Angelina Voloshchuk e Amália Suciu — finalistas em estreia — com os parciais de 6-3 e 6-1.
Este foi o sétimo ano em que Francisca Jorge e Matilde Jorge discutiram o título lado a lado e o sexto em que o conquistaram, com a exceção a ser o ano de 2020, em que perderam nas meias-finais para as futuras campeãs Ana Filipa Santos e Inês Murta.
Se para a mais nova este foi o sexto título em pares femininos, ao qual junta o referido em pares mistos com José Ricardo Nunes, para a mais velha tratou-se do oitavo, pois antes de iniciar a parceria de irmãs venceu as edições de 2016 com Rita Vilaça e de 2017 com Maria Inês Fonte.
Enquanto no torneio feminino este será o quinto ano a contar com um frente a frente familiar, no masculino não só haverá um novo campeão, como dois finalistas inéditos.
Logo pela manhã, Frederico Silva (394.º ATP) voltou a agarrar-se ao estatuto de primeiro cabeça de série e venceu Francisco Rocha (697.º) por 6-1 e 6-2 para chegar pela primeira vez à final, depois de três derrotas em meias-finais (a mais recente em 2020, a última edição que disputara).
No encontro que colocou frente a frente os dois jogadores mais cotados entre os quatro semifinalistas, o caldense foi mais agressivo, capitalizou os erros cometidos em excesso pelo portuense e celebrou a terceira vitória da semana, sempre em dois sets.
“Estou obviamente satisfeito com a vitória e por estar na final, mas falta um encontro para cumprir o objetivo de sair do Jamor com o título de campeão nacional pela primeira vez. Hoje fiz um bom encontro, fui bastante competente e entrei logo bem no jogo. Consegui controlar e servi melhor do que nos últimos dias, o que também me ajudou. Talvez o 6-1 e 6-2 seja um bocadinho mais desnivelado do que o encontro indicou, mas aproveitei bem as oportunidades que tive, especialmente no início de cada set em que tivemos vários jogos com vantagens, e isso deu-me o ascendente e uma confiança importante para assentar cada vez mais os meus padrões”, explicou.
Travado nas meias-finais em 2011, 2014 e 2020, Frederico Silva vai jogar pela primeira vez a final e do outro lado da rede estará um adversário na mesma condição.
Daniel Batista nunca tinha sequer chegado às meias-finais e tornou-se no primeiro qualifier desde Miguel Almeida, em 2010 (também no Jamor, mas nos courts de terra batida), a chegar à final de singulares do Campeonato Nacional Absoluto graças a uma vitória por 7-5 e 6-2 sobre Guilherme Valdoleiros.
O lisboeta e o maiato foram os grandes protagonistas da jornada anterior ao eliminarem os favoritos Diogo Marques e Pedro Araújo (respetivamente quarto e segundo cabeças de série).
“Comecei a semana sem a certeza de conseguir jogar ou não o torneio porque só consegui entrar com um wild card, portanto antes de mais tenho de agradecer à federação senão não estaria aqui hoje a falar. Estou muito contente com este resultado, não estava à espera de estar na final, mas agora é claro que quero mais e amanhã tenho uma final para ganhar”, salientou logo no início da flash interview após a sexta vitória da semana, sempre em dois sets.
“Entrei melhor do que ele, acho que acusou mais a pressão do que eu e consegui logo um duplo break. Aproveitei alguns erros não forçados que ele me foi dando e como o conheço bem tinha planeado o que queria fazer, mas depois senti que ele fez algumas alterações táticas e passou a ser menos passivo. Estava a deixar-me jogar à vontade, mesmo com o meu slice, mas a partir do quinto jogo tornou-se mais agressivo, tirou-me mais tempo, mas lá me aguentei. Hoje servi bem e isso foi-me ajudando até que tive mérito para fechar o primeiro set e acho que quando fiz o break ao 2-1 ele teve uma quebra anímica e também física que tornou tudo menos complicado”, acrescentou o jogador com mais vitórias da semana.
O encontro entre Frederico Silva e Daniel Batista será o primeiro do “Dia D”, logo às 9h30 no Court Central do Jamor.
Em pares masculinos, o título foi entregue a Francisco Rocha e Guilherme Valdoleiros. Os jogadores da Escola de Ténis da Maia levaram a melhor numa final de favoritos contra os primeiros cabeças de série, Pedro Araújo e Diogo Marques, com os parciais de 7-5 e 6-2 a darem-lhes o primeiro título de campeões nacionais na primeira semana em que uniram esforços.
O título de pares mistos foi erguido por uma dupla jogadora-treinador. Elizabet Hamaliy lançou o desafio, Fábio Coelho aceitou e poucos dias depois o que era uma brincadeira transformou-se em festa: lado a lado pela primeira vez, os dois venceram os algarvios José Ricardo Nunes e Iara Guerreiro Gonçalves, de 38 e 17 anos, pelos parciais de 6-1 e 6-0.
O título em pares mistos foi o primeiro da carreira para Elizabet Hamaliy no Campeonato Nacional Absoluto/Taça Guilherme Pinto Basto, enquanto Fábio Coelho voltou a celebrar dois anos depois de ter erguido o troféu de singulares.
No Campeonato Nacional de Ténis em Cadeira de Rodas, o bicampeão João Couceiro venceu Carlos Leitão (o recordista de títulos, com oito, que derrotara nas últimas duas finais) por 6-2 e 6-2 e garantiu nova passagem à final.
Desta vez, a discussão será com Jean Paul Melo, detentor de cinco troféus que ganhou direito a discutir mais um ao passar por Francisco Aguiar em duas partidas (6-2 e 6-0).
Nos pares, Jean Paul Melo e Carlos Leitão estarão frente a frente com João Couceiro e João Sanona numa discussão entre as duas duplas mais cotadas.
Fotografias: Sara Falcão/FPT