- Sérvio tenta a estreia no top 100, canadiano persegue entrada no top 200
- Goldhoff/Hilderbrand contra Uchida/Yevseyev na final de pares
O sérvio Hamad Medjedovic e o canadiano Liam Draxl vão discutir a final do Indoor Oeiras Open, torneio que inaugura o calendário internacional em solo luso e que é o primeiro de três ATP Challenger consecutivos organizados pela Federação Portuguesa de Ténis na nave de campos cobertos do Complexo de Ténis do Jamor.
Hamad Medjedovic (112.º classificado no ranking ATP) prevaleceu num duelo estonteante contra o espanhol Daniel Rincon (276.º), num embate entre tenistas da mesma geração (2003) e conhecidos desde os tempos juvenis. As 2h54 de compromisso foram resolvidas com os parciais de 6-7(2), 6-4 e 7-5, fazendo as delícias dos presentes.
O sérvio, protegido de Novak Djokovic, primeiro cabeça de série no Jamor e fora do Australian Open por opção, garantiu o acesso à sexta final no ATP Challenger Tour (saldo de 4-1) e ficou a um triunfo da inédita estreia no top 100.
Finalista do ATP de Belgrado (cidade natal) no derradeiro torneio de 2024 e campeão do Next Gen Finals do ano anterior, o sérvio não perdeu o serviço em todo o encontro, salvando os três break points criados pelo madrileno.
Mesmo sem servir como outrora, Medjedovic disparou 14 ases e ganhou vários pontos diretamente com a pancada de saída. Ainda assim, precisou de trabalhar muito do fundo do campo e encontrar soluções para contrariar a tenacidade e resistência do talentoso vencedor do US Open de 2021 e ex-número dois mundial de sub 18, em grande forma no início de época.
“Acho que toda a gente gosta de fazer parte destes momentos. Apesar de ter sido muito difícil quer mental, quer fisicamente, é para fazer parte de momentos como este que trabalhamos e deixa-me muito feliz. Falei disto com o meu treinador no final, foi muito difícil e estou feliz por ter sido assim. Agora sinto-me ainda melhor por ter superado um desafio destes”, admitiu depois de superar a grande batalha do dia.
Liam Draxl (246.º) teve, provavelmente, o percurso mais complicado da competição e, após superar o antigo top 40 J.J. Wolf, salvar um match point na segunda ronda contra Samuel Vincent Ruggeri e ultrapassar o segundo cabeça de série e 121.º ATP Alexander Ritschard, bateu o alemão Rudolf Molleker (283.º) por 7-6(6) e 6-0 para atingir a terceira final Challenger da carreira (1-1).
Depois de um primeiro parcial sem qualquer chance de break e no qual Draxl fechou no tie-break ao quarto set point, Molleker claudicou fisicamente e nunca mais conseguiu competir contra o protendo físico do outro lado da rede.
O norte-americano já tinha levado Ruggeri ao limite (acabou crivado de cãibras) e a capacidade de devolver sempre mais uma bola está a fazer mossa em adversários com mais armas tenísticas.
Além disso, também não cedeu o serviço e só enfrentou perigo (por duas vezes) no derradeiro jogo do encontro. Apesar de não ser dos servidores mais potentes, o ex-jogador do college em Kentucky usa bem a pancada de saída como preparação para o ponto e para o braço de ferro do fundo do court.
“É incrível ver que isto acontece várias vezes. Vemos muitas vezes jogadores a fazerem boas campanhas depois de salvarem match points ou entrarem como lucky losers. Estiveste tão perto de perder que não tens nada a perder e foi isso que me aconteceu há dois dias. Estive tão perto que perdi um pouco da pressão”, disse acerca do percurso quase milagroso no Jamor.
Marcada para as 11 horas deste sábado, a final do Indoor Oeiras Open 1 assinalará o primeiro frente a frente da rivalidade entre Hamad Medjedovic e Liam Draxl.
O sérvio de 21 anos procura o quinto título Challenger da carreira e a estreia no top 100 mundial, o canadiano de 23 anos persegue o segundo troféu de campeão a este nível e a inédita entrada no grupo dos 200 melhores jogadores.
Já na parte da tarde, não antes das 15 horas, os norte-americanos George Goldhoff e Trey Hilderbrand discutirão o título de pares com o japonês Kaichi Uchida e o uzebeque Denis Yevseyev.
Fotografias: Beatriz Ruivo/FPT