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Irina Rodrigues bate recorde nacional no lançamento do disco com marca para Paris 2024

À quarta tentativa, Irina Rodrigues disparou um “tiro” na Taça da Europa de Lançamentos, que decorreu este fim-de-semana em Leiria. A portuguesa bateu o recorde nacional do lançamento do disco, fixando-o em 66,60 metros, marca de qualificação direta para os Jogos Olímpicos de Paris 2024, que a coloca como líder mundial do ano na disciplina! Coletivamente, Portugal subiu ao segundo lugar do pódio em seniores femininos.
 
A atleta portuguesa, treinada por Júlio Cirino, que é agora recordista nacional em todos os escalões (sub-18, sub-20, sub-23 e absolutos) e já subiu nove vezes ao pódio nesta competição em 14 participações (é a segunda portuguesa com mais participações, apenas atrás de Vânia Silva, que tem 15), conseguiu aos 33 anos, superar-se e recuperar o recorde nacional que já lhe pertenceu há oito anos, melhorando a anterior melhor marca nacional, na posse de Liliana Cá, também a competir na mesma prova, em vinte centímetros.
 
Irina Rodrigues, que esta época se tem apresentado em excelente forma, iniciou o concurso com um ensaio nulo, depois conseguiu alcançar os 61,54 metros, novamente nulo na terceira tentativa, por esta altura na segunda posição, e depois o lançamento da vitória, com direito a recorde nacional, qualificação para Paris 2024 e melhor marca mundial do ano. Com direito a mais um ensaio, Irina Rodrigues despediu-se da competição com um lançamento de 63,93 metros, para subir ao lugar mais alto desta competição pela primeira vez e fazer soar A Portuguesa no Centro Nacional de Lançamentos, em Leiria.
 
“A melhor decisão que tomei na minha carreira foi ter ido viver para os Açores, para a Terceira, para poder trabalhar e treinar com o meu treinador, Júlio Cirino da Rocha, presencialmente”, refletiu Irina Rodrigues, no final, continuando, com emoção, a partilhar que “já não batia o recorde nacional há oito anos e já nem sequer sonhava com ele”, mas o seu treinador sempre disse “semeia filha, semeia que vais colher”. A colheita fez-se esperar, mas veio abundante: “Foi o melhor fruto que poderia colher. Consegui trabalhar como médica, apurar-me para os Jogos Olímpicos e bater o recorde nacional. Este é um resultado de muito compromisso e disciplina diária”. À questão de como é que se consegue conciliar objetivos tão exigentes, a portuguesa respondeu de forma espontânea e bem-disposta: “É Deus no comando [risos]!”
 
Já a anterior recordista nacional, Liliana Cá, classificou-se na oitava posição, com a marca de 60,45 metros, a sua melhor nesta temporada. Com estes resultados Portugal assegurou o histórico segundo lugar em seniores femininos para Portugal, feito inédito, depois de no ano passado terem sido os seniores masculinos a inaugurar um pódio coletivo para o nosso país nesta competição.
Na jornada de hoje, Leandro Ramos, vencedor no ano passado, este ano classificou-se na sétima posição, com a marca de 78,23 metros, a sua melhor nesta temporada. O português abriu o concurso com um lançamento nulo, depois conseguiu alcançar os 76,12 metros, seguiu-se um novo ensaio na casa dos 76 metros (76,28), para depois de um novo ensaio nulo conseguir a melhor marca desta sua prestação e da temporada, terminando com um lançamento de 75 metros. A prova foi ganha pelo ucraniano Artur Felfner, com a marca de 81,89 metros, a sua melhor nesta temporada.
Catarina Flor, que foi a primeira a entrar em ação para disputar o lançamento do martelo sub-23, conseguiu ao sexto ensaio o seu melhor lançamento, de 50,64 metros, terminando na 13.ª posição, numa competição ganha pela cipriota Valentina Savva, com a marca de 64,55 metros. Seguiu-se Mariana Pestana, na final B do lançamento do martelo, que se classificou na 10.ª posição do seu grupo, com a marca de 63,21 metros, sendo 26.ª no conjunto das finais. A prova foi ganha pela dinamarquesa Katerine Jacobsen, com a marca de 71,95 metros, a sua melhor nesta temporada. João Fernandes encerrou a participação portuguesa nesta competição com o 10.º lugar no lançamento do dardo sub-23, com a marca de 66,46 metros.
 
Em jeito de balanço, o team leader da seleção portuguesa, Rui Vieira, refletiu: “Apesar das condições climáticas extremamente desfavoráveis (chuva, vento, frio e trovoada) os nossos atletas foram uns guerreiros, estiveram a um muito bom nível, numa competição com os melhores atletas europeus de lançamentos. Estamos de parabéns pelos resultados individuais e coletivos. As senhoras conquistaram, pela primeira vez, um pódio coletivo, medalha de prata, a seguir à Alemanha e à frente da França. Dou os parabéns aos atletas, seus treinadores e clubes, destacando o trabalho desenvolvido pelo Prof. Carlos Tribuna, Treinador Nacional do Setor. Tudo corre bem quando acaba bem e hoje terminámos em beleza, a ouvir o hino de Portugal pelo triunfo de Irina Rodrigues no disco feminino, com o novo recorde nacional, com a marca de 66,60 metros, marca de qualificação direta para os Jogos Olímpicos de Paris e líder do Ranking Mundial. Acompanho a seleção na Taça da Europa desde 2017 e tem sido um privilégio enorme fazer parte desta equipa e ver os resultados que têm sido atingidos.”
 
Os resultados completos podem ser consultados na página oficial do evento em Live Results | European Athletics (european-athletics.com).
 
Fotos: ETC2024/Luís Barreto
 

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quinta-feira, 14 de novembro de 2024 – 17:19:14

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