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TP52 Cascais 2025 Dia de Treino

 

Será que a experiência da Platoon Aviation com vento forte e pressão elevada será a chave para o seu quarto título mundial?

Das três equipas – passadas e atuais campeãs do mundo – que completaram hoje o seu último treino nas típicas e exigentes condições de Cascais, com ventos de 25 nós e vagas grandes, foi a Platoon Aviation de Harm Müller-Spreer quem melhor se apresentou nas duas regatas de treino oficiais, antes do arranque do Rolex TP52 World Championship, esta quarta-feira.

 

Com Markus Wieser ao leme, a Platoon Aviation liderou a frota na primeira regata de ensaio, depois de ter cruzado a linha de partida em estibordo, à frente da concorrência. Na segunda regata, de apenas uma volta, terminaram em segundo lugar, logo atrás dos vencedores Gladiator. Ambas as regatas de preparação foram disputadas com vento no limite superior da gama, por vezes acima dos 25 nós, num cenário em que as 11 equipas, oriundas de nove nações diferentes, testaram os seus limites ao máximo.

Por um lado, era crucial aproveitar estas condições de vento forte — que se prevêem para toda a semana — para aperfeiçoar manobras, afinar a comunicação e calibrar os tempos. Por outro, era fundamental evitar avarias ou lesões antes do início das regatas oficiais, que começam ao meio-dia de quarta-feira (hora local), com previsões de vento acima dos 22 ou 23 nós.

 

A Platoon Aviation persegue o seu quarto título mundial Rolex TP52, depois das vitórias em Scarlino (2017), Puerto Portals (2019) e Barcelona (2023). Até agora, os seus títulos foram conquistados em condições de vento leve a moderado no Mediterrâneo, mas a sua equipa nuclear — que inclui vencedores da Taça América como Rossco Halcrow e o trimmer de escota grande Dirk de Ridder — conta com mais de 25 anos de experiência na classe TP52. Essa bagagem ficou evidente hoje, tal como na bordo da Sled, campeã mundial de 2021, que venceu precisamente com vento forte na Baía de Palma.

O navegador da Platoon Aviation, Jules Salter, comentou:

“Com mais de 25 nós como hoje, é bastante exigente — é preciso manter tudo limpo, organizado e o barco rápido. Este é um campo de regatas fantástico, mas difícil de gerir. Já navegámos muito juntos. Muitos de nós fazem isto há muitos anos. Eu próprio comecei nos TP52 em 2005, e sabemos bem as lições que o tempo nos ensina para dias como estes. Mas é preciso lembrar-nos delas e não facilitar — porque aqui os erros pagam-se caro.”

 

Falta de rotinas e músculo?

 

Com várias alterações a bordo e uma tripulação significativamente mais jovem desde a última vitória aqui em 2022 — quando só nos dois últimos dias houve vento forte — a American Magic Quantum Racing está focada em aprender e manter-se coesa e segura. O elemento mais titulado da equipa é Greg Gendell, com seis títulos mundiais, um segundo e um terceiro lugar com a Quantum Racing. O proa americano disse hoje:

“Sem dúvida que vai ser um grande desafio vencer aqui, e será, certamente, a melhor equipa a ganhar o título. Vai exigir bons arranques, boa velocidade de bolina e uma estratégia sólida. Está a correr bem até agora. A verdade é que ainda não nos sentimos totalmente prontos para competir com este vento. Não temos muitas repetições neste tipo de condições. Por isso, o nosso foco é manter tudo simples. No meu caso, como proa, tenho um papel importante e há muita coisa aqui que normalmente nem está no meu radar.”

 

Campeões em título a defender o troféu

 

A equipa Gladiator de Tony Langley, atual campeã do mundo, teve um mau arranque na primeira regata de treino, mas rapidamente assumiu o controlo na segunda, explorando bem o lado direito da bolina. O trimmer Simon Fry comentou:

 

“Temos de ser suaves, consistentes, minimizar o risco e, obviamente, manter o mastro de pé e não ficar bloqueados na largada. Para vencer um título mundial também é preciso um pouco de sorte — os planetas têm de se alinhar. Se fizermos aquilo que sabemos fazer bem, estaremos bem. Se não confiarmos no processo, aumentamos o risco e vamos atrás de problemas. Hoje estivemos algo desorganizados e ficámos bloqueados no barco. Tivemos alguns problemas com um novo sistema na escota de sotavento. Mas na segunda regata estivemos melhor: arrancámos bem, o lado direito do campo favoreceu-nos e em popa estivemos sólidos.”

 

Na Sled, será Adam Beashel quem vai timonar esta semana. O gestor do projeto e trimmer de escota grande, Don Cowie, comentou:

 

“Este lugar é simplesmente incrível. Onde mais é que se pode sair da marina, navegar uma milha e passar de 12 para 25 nós? Cascais é um local de vela fantástico, independentemente da classe em que se compete. Estamos satisfeitos com o nosso desempenho aqui. Sempre fomos fortes com vento. É bom estarmos a aprender mais sobre largadas e navegação em popa neste cenário. Mas estamos bem.”

 

Marinho, o herói local... será ele o ‘especial’ de Cascais?

 

Depois de um terceiro lugar na Royal Cup em Baiona, na Galiza — subindo ao pódio pela primeira vez apenas no seu segundo evento da 52 SUPER SERIES — a equipa Alkedo, de Andrea Lacorte, chega a Cascais com humildade e os pés bem assentes na terra. A sua possível arma secreta? O herói local Álvaro Marinho, quatro vezes olímpico na classe 470 e que fez toda a sua carreira profissional em Cascais. Para ele, disputar o Campeonato do Mundo Rolex TP52 em casa é um sonho tornado realidade — e o maior desafio desde 2007, quando falhou a medalha na última regata dos Campeonatos do Mundo da ISAF, também em Cascais.

 

Marinho comentou, com um sorriso: “Acho que estes últimos três dias mostraram o que podemos esperar esta semana em Cascais — talvez amanhã ainda com mais vento. Mas mesmo estes barcos têm os seus limites. É incrível estar aqui a competir com este vento forte. Para a organização é um desafio encontrar áreas alternativas para correr. Na baía, a leste da marina, o vento entra tarde e é muito instável. Só por volta das 16h se consegue montar um campo. Mas lá fora é extraordinário. Esta é a primeira vez que navegamos nestas condições juntos, e o Andrea ainda se está a adaptar — é a sua estreia com leme de cana. Estamos focados em fazer bem o básico. Para mim, é uma grande honra competir em casa. Há imenso apoio, comecei aqui a minha carreira na classe 470. A minha carreira profissional, rumo a Sydney, começou aqui. Tenho muitos bons amigos em Cascais, que ao longo dos anos vieram velejar comigo. Este lugar tem sido especial para a vela há muitos anos, especialmente desde 2007, com os Mundiais da ISAF.”

 

As regatas decorrem de quarta-feira a domingo, com o sinal de advertência às 12h00. Todas as regatas serão transmitidas em direto.

 

Este evento conta com o apoio da Câmara Municipal de Cascais, Turismo de Cascais, Turismo de Portugal, Marina de Cascais, Gráfica Simões & Gaspar, Vista Alegre, Daily Coffee, OG Normas e Sinais, Monte das Herdades, Mirpuri Gin, Sailors for the Sea, MEO e Corona.

 

Fotos: Nico Martinez

 

Periodicidade Diária

sábado, 12 de julho de 2025 – 09:04:11

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